Desafio agora é descobrir para quem líderes distribuíram dinheiro

Brasília – O prazo para o término dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Compra de Votos se encerra no dia 16 de novembro. Até lá, o presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), espera ter um mapa das pessoas beneficiadas com repasse irregular de dinheiro a pedido do PT, por meio do empresário Marcos Valério.

"O maior desafio agora é saber para quem foram partilhados os volumes maiores de dinheiro recebidos pelos líderes partidários", disse Lando. "Não importa se era periódico ou mensal. Importa que alguém recebia dinheiro indevidamente. Havia um esquema que alimentava líderes partidários e alguns parlamentares. Quem recebia quantias maiores, repassava. Para quem é o que precisamos descobrir agora", afirmou.

Em depoimento no dia 9 de agosto na CPMI da Compra de Votos, o empresário Marcos Valério apresentou uma lista contendo os nomes de 31 pessoas autorizadas pelo PT a fazer saques nas contas bancárias de suas empresas. Entre elas estavam o presidente do PL, deputado cassado Valdemar Costa Neto, que teria recebido R$ 10 milhões), o líder do PP, deputado José Janene (PR), suposto destinatário de R$ 4,1 milhões, e o ex-líder do PMDB José Borba, que teria recebido R$ 2,1 milhões.

"O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) confessou ainda ter recebido e repassado R$ 4 milhões. Ele inclusive pediu que os que receberam devolvessem o dinheiro para que entregasse ao PT", lembrou Amir Lando. Para chegar aos reais destinatários do dinheiro ilícito, o presidente da CPMI da Compra de Votos propõe uma mutirão de trabalho na comissão para analisar todo o material já recolhido, inclusive as quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal, além dos depoimentos.

"Temos um volume considerável de documentos, mas estamos com alguma deficiência de pessoal técnico", reconheceu o parlamentar. "Precisamos então usar a tecnologia da informação para absorver esse material. Se tivermos que alongar o prazo, vamos alongar para concluir o trabalho e não para alimentar a mídia. Temos que apurar e punir."

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