Derrotada, Marta pode tentar presidência do PT paulista

São Paulo, 31 (AE) – Nem ministério nem embaixada de Paris. A prefeita Marta Suplicy (PT), candidata derrotada à reeleição, deve ficar mesmo em São Paulo. Ela ainda não definiu seu futuro político, mas uma das possibilidades em estudo é assumir a presidência do PT paulista em 2005. Motivo: Marta precisa de um cargo com visibilidade para tentar voltar à cena política. No PT, seus amigos acham que ela pode querer concorrer ao governo.

A prefeita, porém, saiu enfraquecida da eleição e na correlação de forças petista. Pior: no PT há outros dois candidatos na sua frente. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, já disse que apoiará o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante. Mas o presidente da Câmara, João Paulo Cunha não abre mão da vaga e promete disputar prévia com Mercadante.

Na campanha, a prefeita deu sua palavra a Mercadante de que não entraria na briga pelo Palácio dos Bandeirantes. Agora, no entanto, ninguém põe a mão no fogo sobre o que ela fará.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a cogitar a possibilidade de levar Marta para o ministério, mas desistiu da idéia. A pelo menos dois interlocutores, Lula afirmou que, apesar de gostar muito da prefeita, não pretende importar para o governo os conflitos da campanha, com todas as divergências no PT.

Reforma – Além disso, o presidente fará apenas o que chama de “ajustes” no ministério. A reforma será pequena e ocorrerá somente no ano que vem, provavelmente depois do carnaval. Até agora, o nome mais “cotado para sair” é o do ministro da Defesa, José Viegas.

Marta também avisou a Lula que não aceitaria prêmio de consolação. Sua idéia, ao menos por enquanto, é ficar em São Paulo. A eleição para a presidência dos diretórios nacional, estadual e municipal do PT ocorrerá em setembro de 2005, com participação dos filiados. No xadrez petista está praticamente certo que José Genoino continuará no comando nacional do PT. Se não houver mudanças de última hora, Genoino concorrerá a deputado federal em 2006. Pretende ser presidente da Câmara.

O presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, pode substituir, no ano que vem, o tesoureiro do diretório nacional petista, Delúbio Soares de Castro. Lula quer tirar Delúbio do comando das finanças petistas por achar que ficou muito “desgastado” com o episódio da compra da sede do PT.

Desconforto – Os dirigentes do partido, porém, ainda não bateram o martelo em nenhuma dessas possibilidades. Querem primeiro se debruçar sobre os fatores que levaram ao fracasso na capital paulista. “É uma grave derrota política”, afirmou o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira. “Há no partido um desconforto muito grande em relação a São Paulo.”

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