Deputados de vários partidos se articularam para evitar que as investigações da Operação Navalha sejam apuradas no Congresso. Com exceção do PPS, do PSOL e do PSDB, os líderes partidários não deram aval para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI), de deputados e senadores, para investigar o resultado até agora da apuração. Mesmo sem a concordância da maioria dos líderes, os deputados Augusto Carvalho (PPS-DF) e Júlio Delgado (PSB-MG) começaram a recolher as assinaturas nesta terça-feira (22) para duas CPMIs: uma para a Operação Navalha e outra para a Operação Furacão.

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No entanto, a Câmara decidiu requisitar o inquérito da Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal, para analisar o suposto envolvimento de deputados no esquema de corrupção em obras públicas. A decisão dos líderes poderá acabar em um gesto político. Chinaglia afirmou que não há garantia de que o Poder Judiciário envie o processo, que corre em segredo, mas que a Câmara tem o direito de requisitá-lo.

"Quem vai responder é o Judiciário. Se disser que não, terá de explicar os motivos", disse Chinaglia. Em um "debate acalorado", como definiu o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), os líderes e o presidente da Câmara avaliaram, em reunião que durou três horas e meia, que o melhor a fazer era ver o que havia de concreto sobre uma suposta lista de deputados no inquérito da PF do que esperar as informações pela imprensa.

Na reunião, os líderes avaliaram como "insustentável" a situação do deputado Paulo Magalhães (DEM-BA), sobrinho do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA). De acordo com investigações da PF, Paulo Magalhães teria recebido R$ 20 mil de propina da empreiteira. O deputado aparece nas gravações da PF feitas com autorização judicial. Com os documentos da PF, os líderes afirmaram que os deputados envolvidos responderão a processo de cassação no Conselho de Ética. Chinaglia disse ser difícil, sem analisar o conteúdo do inquérito, prever a dimensão do problema, mas afirmou que os envolvidos deverão ser punidos. "Quanto a quem pode ser atingindo, a preocupação é zero. Cada um tem de responder pelos seus atos", afirmou Chinaglia.

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Com o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, no centro das acusações, o PMDB não quer a CPMI. O líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse ser necessário esperar a manifestação mais clara da PF sobre o processo investigatório. "É preciso ter muita cautela e esperar", afirmou o líder. "O que a CPI vai fazer que o Ministério Público e a Polícia Federal não fizeram? A CPI, nesse caso, não traz nenhum benefício", afirmou o líder do PR, Luciano Castro (RR). O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), também já se manifestou contra a CPMI.