Revoltados com as nove absolvições no plenário da Câmara de parlamentares acusados de envolvimento no escândalo do "mensalão", os sete deputados que, em protesto, pediram afastamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar reúnem-se quinta-feira (27) com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. A intenção é subsidiar o trabalho do Ministério Público (MP), que ainda não denunciou todos os parlamentares envolvidos no esquema operado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Amanhã (25), o conselho vota o parecer do deputado Moroni Torgan (PFL-CE) pedindo a cassação do deputado Vadão Gomes (PP-SP), acusado de receber dinheiro do "valerioduto". Gomes aparece como beneficiário de dois saques, no valor total de R$ 3,7 milhões nas contas de Valério.
Segundo investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, Gomes teria recebido o dinheiro em 5 de julho e 16 de agosto de 2004, num hotel em São Paulo. O deputado, na defesa, mostrou ser dono de um patrimônio que, segundo ele, prescindiria de apoio de Valério, e negou que esteve na cidade nas datas mencionadas.
Gomes é o penúltimo parlamentar acusado de envolvimento com o "mensalão" que ainda aguarda a votação do pedido de cassação em plenário. O outro é o deputado Josias Gomes (PT-BA).
