O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que a ausência de 70 deputados na sessão em que foi votado em plenário o relatório que recomendava a cassação do mandato do deputado Wanderval Santos (PL-SP) permitiu a absolvição do parlamentar.
Izar justificou sua afirmação lembrando que a maioria dos presentes pedui a cassação e, por apenas 15 votos, Wanderval foi absolvido (eram necessáriois 257 votos para cassá-lo). "Foi uma coisa grave o que aconteceu: 70 deputados faltaram. Eles foram os causadores desse resultado. Com os 70, o deputado seria cassado, com certeza. Quem faltou, acabou votando pela não-cassação".
Para Izar, "o Conselho de Ética quer mudar a imagem do Poder Legislativo, mas alguns deputados não querem e não estão dando satisfação à opinião pública". O relator do processo no conelho, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), disse que a ausência dos parlamentares "deslustra" (desonra) o trabalho do conselho. "Quase uma centena de colegas faltou".
Ontem (22), o plenário da Câmara absolveu Wanderval Santos no processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, aberto pelo Conselho de Ética. Votaram pela cassação acompanhando o parecer do relator Chico Alencar (Psol-RJ), 242 deputados. Pela absolvição foram 179 votos e houve ainda 20 abstenções e três votos em branco. O processo foi arquivado.
O parlamentar foi acusado de quebra de decoro parlamentar pelas comissões parlamentares mistas de inquérito da Compra de Votos e dos Correios. O motorista dele, Célio Marcos Siqueira, havia sacado R$ 150 mil da conta da empresa de Marcos Valério de Souza na agência do Banco Rural de Brasília.
