Brasília, 09 – A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara, que investiga a pirataria no País, aprovou, hoje por unanimidade o relatório final do deputado Josias Quintal (PMDB-RJ). No encerramento dos trabalhos da Comissão, o presidente da CPI, deputado Luiz Antônio Medeiros (PL -SP), enfatizou que a Câmara não poderá deixar de investigar o deputado Pedro Corrêa (PE), presidente do PP. O nome do deputado é citado no relatório final, por suposto envolvimento com Ari Natalino, que responde a vários processos por contrabando, sonegação e adulteração de combustíveis. “Se a Câmara não fizer uma investigação séria, não teremos moral de cobrar da Justiça e da Polícia ações contra a pirataria”, afirmou Medeiros. O relator da CPI disse que a Comissão tem um grande acervo de documentos que será encaminhado junto com o relatório final à Corregedoria da Câmara.
“Temos as fitas, as degravações para que o corregedor possa trabalhar”, disse Quintal. O corregedor Luiz Piauhylino (PTB-PE) espera desde o ano passado que a 10ª Vara de Justiça Federal encaminhe as fitas para abertura de processo disciplinar envolvendo Côrrea. Conversas telefônicas de Natalino, gravadas com autorização judicial, supostamente incriminam Côrrea.
“Esse negócio de que não recebeu as fitas é um pretesto (para não investigar). Informações têm, dados também têm. O processo não pode ficar parado na Câmara”, insistiu Medeiros. No discurso, que fez no encerramento da Comissão, Medeiros afirmou que foi feito o acordo tácito para que o deputado Corrêa fosse investigado pela Câmara.
Parlamentares da Comissão contaram que em determinado momento dos trabalhos da Comissão, quando se chegou ao nome de Corrêa, houve pressões política-partidárias para encerrar os trabalhos da CPI. Por isso, foi feito um acordo, para que não fosse feita a quebra de sigilo bancário de Corrêa e de sua família, e nem que o deputado fosse convocado para depor, em troca da continuidade dos trabalhos.
Deputados federais aprovam relatório da CPI da Pirataria
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