Deputados esperam que situação seja revertida no Senado

Os deputados federais Hermes Parcianello e Odílio Balbinotti acreditam que o projeto de lei que interrompe o convênio entre o Ministério dos Transportes e o Estado do Paraná, para exploração e administração dos portos de Paranaguá e Antonina, não deve passar pelo Senado Federal. O projeto deve retornar a Câmara, onde foi aprovado ?de forma ardilosa, a toque de caixa?, o que provocou revolta entre a maioria dos deputados da bancada paranaense.

?É um tremendo cinismo desse pessoal que conseguiu a aprovação do projeto no plenário da Câmara. Eles fazem oposição a Lula e, ao mesmo tempo, querem entregar os portos do Paraná para serem administrados pelo governo federal?, desabafou Parcianello, ao tomar conhecimento da aprovação do projeto que, segundo ele, trará enormes prejuízos ao Estado.

?E o sentimento paranista onde fica? O amor pelo Paraná deve ficar acima de qualquer sentimento pessoal ou político?, emendou Parcianello ?Frangão?, para quem ?não existe ninguém mais capacitado, mais eficiente, para administrar os portos de Paranaguá e Antonina que o governo do Paraná. Acredito que ainda é possível reverter essa situação?.
Para o deputado Odílio Balbinotti, que se recupera de uma cirurgia, a aprovação do projeto agride a autonomia do Paraná e ?por isso não deve ser aprovado pelo Senado?. A exemplo de Parcianello, ele se sente revoltado com o fato do projeto ter sido aprovado na tarde de ontem (7), quando todas as atenções estavam voltadas para as audiências da chamada CPMI dos Correios.

Em sua opinião, a aprovação deste projeto trará enormes prejuízos ao Paraná, tendo em vista que ?o governo do Estado investiu alto para melhorar o desempenho dos dois portos. Portanto, entendo que a gestão dos portos deve continuar com o Paraná?, finalizou.

?Transgênico?

Para o deputado federal Max Rosenmann, o projeto aprovado na Câmara revela quem é o deputado paranaense Ricardo Barros, autor do projeto. ?Ele se transformou num deputado transgênico e deve ganhar o Prêmio Monsanto?, ironizou Rosenmann. Segundo o deputado, ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo, ou seja, Barros escolheu atender aos interesses da Monsanto e não da população paranaense.

Rosemann lembrou que nunca aconteceu anteriormente da Appa ter R$ 500 milhões em caixa. ?Isso decorre do fato dessa administração não roubar e nem deixar roubar?, afirmou. A Appa tem recursos para as reformas e ampliações necessárias sem empréstimos ou endividamentos, destacou. O deputado disse ter certeza de que o projeto não vai passar no Senado. ?Já conversei com o senador Renan Calheiros, presidente da Casa, e não vejo chance do projeto ser aprovado?, afirmou.

O deputado estadual Rafael Greca também reagiu ao projeto, que classificou de ?golpe na economia do Estado?. Para ele, trata-se de um projeto contrário aos interesses do povo paranaense. Greca disse que ?é preocupante que da Casa do Mensalão venha um decreto legislativo que quer impedir que o governador Roberto Requião faça a obra do Cais Oeste, no Porto de Paranaguá, por R$ 149 milhões, antes orçada em R$ 440 milhões?. A aplicação do dinheiro público é assunto muito sério e não deve ser jogado fora, acrescentou. Por que o Brasil tem de pagar R$ 300 milhões a mais numa obra que o Paraná pode fazer com eficiência e lisura? questionou o deputado.

A deputada Elza Correia também considera uma ingerência absurda e que atende aos interesses de grupos que trabalham contra os interesses do Paraná.?O governo do Estado cumpre seu papel de prevenção e está demonstrando coragem e respeito ao povo paranaense?, disse a deputada. Ela espera que o decreto legislativo não seja aprovado pelo Senado pois abriria um precedente para intromissões nas administrações estaduais ?Esse decreto não pode estar acima da Constituição Federal e o Paraná tem respaldo para impedir a exportação da soja transgênica?.

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