Deputados do PT de PE e do PSB de MG discutem na Câmara

Os deputados Fernando Ferro (PT-PE) e Júlio Delgado (PSB-MG) bateram boca hoje, no Salão Verde da Câmara. A discussão começou quando Delgado, em entrevista, analisava as votações de ontem (08). Ele dizia que o discurso de Ferro a favor do deputado Roberto Brant (PFL-MG) e a defesa do deputado Mussa Demes (PFL-PI) ao deputado Professor Luizinho (PT-SP) foram a senha de que houve um "acordão" para a absolvição.

Nesse momento, o deputado do PT de Pernambuco interrompeu e gritou com o deputado do PSB de Minas Gerais: "Me respeite. Eu fiz isso por acreditar nas pessoas que defendi. É você que está querendo aparecer."

Delgado, com calma, virou-se para Ferro e disse: "O que foi, Ferro? Pode falar." Demonstrando nervosismo, ele disse que o deputado do PSB deveria ter dignidade. Delgado retrucou e disse que Ferro era corporativista.

"Me respeite! Você está na segunda lista de Marcos Valério (Fernandes de Souza, empresário). O que você está falando é covardia", disse o deputado do PT. O deputado socialista deixou o debate quando seguranças da Casa haviam se aproximado, prontos para evitar uma briga.

Alguns passos mais adiante, Delgado afirmou que Ferro queria provocá-lo. No Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o resultado parece que provocou uma "ressaca" em integrantes do colegiado. "Há um processo de cassação do conselho, de desmoralização", afirmou o deputado Chico Alencar (Psol-RJ). "Os pareceres do conselho não são ouvidos nem considerados. O peso da biografia do parlamentar é decisivo", continuou Chico Alencar "O plenário disse que o dinheiro sacado no ‘valerioduto’ não é passível de punição. Caixa dois, então, nem conta", disse.

"Estou aqui me sentindo mal demais. Estamos aqui fazendo papel de bobo", afirmou o Delgado. Conselheiros reclamam que deputados não ouvem os pareceres do órgão nem levam em conta a análise técnica dos processos.

"Enquanto o conselho analisa com critérios técnicos, o plenário julga pela biografia e pelo relacionamento pessoal. O plenário avalia se a pessoa foi bom ministro ou bom líder do governo. Julga por fatores totalmente externos aos processos", avaliou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), referindo-se a Brant e Professor Luizinho.

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