Editada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para moralizar o futebol brasileiro, a polêmica medida provisória que transforma clubes profissionais em empresas deverá ser derrubada nesta terça-feira pelos deputados por falta de acordo. Há pressão da chamada bancada da bola, formada por parlamentares ligados a clubes de futebol, para que a MP seja rejeitada.
Também não deve ser aprovado o projeto de conversão do deputado Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ) – atual secretário de Saúde do Rio de Janeiro -, porque o parlamentar elaborou um texto que desfigura a idéia original do governo Fernando Henrique. A MP foi concebida depois dos trabalhos da CPI do Futebol no Congresso, quando foi feita uma radiografia das irregularidades praticadas pelos clubes nacionais.
Enquanto a MP obriga todas as entidades profissionais a virarem empresas para forçá-las a prestar contas sobre a aplicação de seus recursos, a proposta de Ronaldo Cézar Coelho é bem mais light. De acordo com o texto do atual secretário municipal de Saúde, somente as entidades com faturamento superior a R$ 1,8 milhão terão o formato de empresa.
Solução – Nesta segunda-feira, assessores jurídicos do Ministério dos Esportes, responsável pelas articulações no Congresso em defesa da proposta original do governo, estavam reunidos na tentativa de encontrar uma solução para o impasse. Segundo informações do líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), o governo pode editar outra proposta de forma a incorporar reivindicações de clubes e parlamentares.