Ainda sem um nome para disputar a presidência da Câmara, o movimento suprapartidário que quer lançar um candidato alternativo para concorrer com Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) divulga nesta segunda-feira (8) o programa para a recuperação da imagem da Casa. Será um decálogo com os pontos fundamentais para sustentar o que o próprio grupo classifica de ruptura com a legislatura anterior – considerada a pior dos últimos anos e a com o maior número de envolvidos em denúncias de corrupção. O grupo espera crescer com a força da opinião pública e com as dissidências nos apoios a Aldo e Chinaglia
Inicialmente formado por dez deputados, o movimento foi criado por parlamentares que têm uma atuação independente na Câmara e defendem posições éticas e de combate ao corporativismo. O esforço, em um primeiro momento, será tentar levar a disputa ao segundo turno.
Até agora, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) é um dos nomes cotados para ser o candidato alternativo. A partir desta semana, o comando do movimento vai procurar líderes partidários e deputados para discutir suas propostas e um nome que poderá ter apoio do grupo.
O desafio do movimento é superar a fragilidade que o grupo tem na Casa, justamente por defender posições que incomodam grande parte dos deputados ou o próprio governo. Um dos pontos do documento que será lançado durante encontro em São Paulo será a proposta de redução da possibilidade de edição de medidas provisórias.
O grupo prega ainda a modificação do regimento interno da Câmara para diminuir o poder concentrado nos líderes e permitir a participação mais equilibrada dos deputados nas decisões. "É a Lei Áurea para romper com a escravidão exercida pelo Palácio do Planalto e com o pacto negativo entre a Mesa, líderes e deputados do baixo clero, que vivem em uma relação de troca com os líderes", afirmou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), um dos organizadores do movimento.
A definição de regra permanente para o reajuste do salário dos parlamentares é outro ponto defendido pelo grupo, responsável, em dezembro, por ações no Judiciário contra o aumento de 90,7% para deputados e senadores.
Confirmaram presença na reunião de amanhã (8), além de Jungmann e Gabeira, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Luiza Erundina (PSB-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP), José Aníbal (PSDB-SP), Paulo Renato de Souza (PSDB-SP), Júlio Semeghini (PSDB-SP) e Raul Henry (PMDB-PE).
