O projeto do governo de criar uma TV do Executivo, destinada a divulgar ações governamentais, entra em choque com propostas em discussão no Congresso que sugerem a restrição dos gastos com propaganda. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que cita pelo menos dois projetos nesse sentido, afirma que, na prática, a proposta aumentaria ainda mais os já elevados investimentos federais com propaganda.

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?O governo já gasta com publicidade, gasta com a manutenção de sua própria rede de TV (referindo-se à Radiobrás) e agora se dispõe a consumir outros R$ 250 milhões com uma rede digital. É uma redundância irracional?, critica Gabeira. ?Temo que o destino dessa rede seja se tornar uma TV Lula. É um despropósito?, critica o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) que, como Gabeira, integra a oposição ao governo e promete resistir à proposta.

Os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) reunidos pela ONG Contas Abertas mostram que, no ano passado, somente a administração direta – ministérios e autarquias – consumiu R$ 340 milhões com serviços de publicidade.

Além disso, há os gastos feitos pelas empresas estatais, muito maiores e indisponíveis, já que elas não são obrigadas a expor o detalhamento de sua contabilidade no Siafi. Dados reunidos pelo PSDB a partir de um pedido de informação feito no ano passado revelaram que, somente em 2005, as estatais federais – em especial a Petrobrás e a Caixa Econômica Federal – aplicaram R$ 1,469 bilhão nessa área.

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