O deputado Paulo Delgado (PT-MG) disse hoje que já afastou do cargo seu assessor Raimundo Ferreira da Silva, que constava na lista de pessoas que teriam comparecido à agência do Banco Rural em Brasília, apresentada pelo deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) ao Jornal Nacional,da Rede Globo, na semana passada.
De acordo com ele, a exoneração ocorreu pelo fato de o assessor não tê-lo informado sobre o motivo de sua visita à agência bancária, citada como suposta origem dos saques de recursos irregulares transferidos ao PT. "Eu já o afastei porque ele não me comunicou o que foi fazer lá. Por isso, ele foi exonerado", afirmou. Segundo ele, seu assessor ocupa o posto de vice-presidente do Diretório do PT em Brasília e teria ido à agência do Banco Rural para receber uma ordem de pagamento a envio do próprio diret ório.
Delgado defendeu-se da acusação de que poderia ter se beneficiado desses recursos e do suposto esquema de caixa dois admitido pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares no último final de semana. "Eu nunca recebi dinheiro limpo do PT e não vou receber dinheiro sujo", disse o deputado. Ele ressaltou ainda que o Partido dos Trabalhadores nunca precisou de muitos recursos para garantir sua força junto à população. "Nós nunca precisamos de tanto dinheiro. Ninguém está entendendo esta dinheirama toda."
Delgado participa na manhã de hoje da reunião da Executiva Nacional do PT na capital paulista, onde será apresentado um relatório de finanças elaborado ao longo da semana passada. O encontro começou com um pouco de atraso, pouco após as 11 horas. De acordo com ele, a atual direção do PT está diante da tarefa de esclarecer as denúncias de corrupção junto à população e de tomar as medidas necessárias para punir os envolvidos nas irregularidades. "A direção tem responsabilidade de esclarecer tudo que está ocorrendo", disse Delgado. "Se houver necessidade de punir alguém, terá de ser punido."
