O corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que está no exercício da presidência da Casa, disse, nesta quinta-feira, que o presidente, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), deverá depor na próxima terça-feira na comissão de sindicância da Corregedoria e que a versão que ele apresentar será considerada a válida. "Vou considerar a versão que ele apresentar na terça-feira", disse Nogueira.
Nesta quarta-feira, em Nova York, Severino apresentou três versões para o documento divulgado em Brasília, pelo qual teria prorrogado irregularmente a concessão do restaurante do empresário Sebastião Buani que funcionou na Câmara. Ontem mesmo, Nogueira conversou por telefone com Severino, que está em Nova York. "Ele disse que é inocente e que vai provar tudo", disse Nogueira.
Em Nova York, Severino negou, inicialmente, que tivesse assinado o papel; depois, admitiu ter assinado um documento, mas disse que precisava ver o original para ter certeza e, por fim, afirmou não existir o documento que foi divulgado, qualificando-o com o falso.
Nogueira informou que vai requisitar todos os depoimentos sobre o caso prestados à Polícia Federal e à comissão de sindicância aberta na diretoria da Câmara e, depois, ouvir Severino. Além da comissão de sindicância instaurada no âmbito da Corregedoria d a Câmara, há outra, aberta pela direção da Casa.
A da Corregedoria é integrada, além de Ciro, pelo terceiro e quarto secretários da Mesa da Câmara, deputados Eduardo Gomes (PSDB-TO) e João Caldas (PL-A). O corregedor disse também, que vai apresentar o documento a Severino para ver se ele o reconhece. Além disso, vai enviar o documento para perícia caso a PF não faça isso desde já e apresente laudo a respeito.
Ciro Nogueira afirmou ainda que, se os partidos políticos entrarem com representação contra Severino no Conselho de Ética, a investigação da Corregedoria perderá força, e o processo será transferido para o Conselho.
Amigo de Severino, Ciro Nogueira relatou que, nas conversas que tem mantido com ele, não tem tratado sobre um eventual afastamento dele da presidência da Câmara. "Essa é uma decisão pessoal do presidente", argumentou. O corregedor criticou as discussões sobre um eventual sucessor de Severino. "É um movimento apressado, sem sentido", afirmou.