Brasília – O deputado João Magno (PT-MG) disse hoje que retirou R$ 426 mil das contas do empresário Marcos Valério no Banco Rural a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para pagar dívidas de campanha.
Em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, João Magno explicou que recebeu R$ 126 mil para a campanha de deputado federal, em 2002, e R$ 300 mil para a de prefeito de Ipatinga (MG), em 2004. Ele apresentou documentos que comprovaram a correção da prestação de contas de campanha no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais.
O deputado disse que pediu a Delúbio uma declaração para justificar no TRE o recebimento do dinheiro. "Quando me foi dada a declaração, eu prestei contas. A própria lei me dá condições de fazer a prestação de contas", afirmou.
Para ele, o julgamento e a cassação do mandato de José Dirceu (PT-SP) não vão influenciar o processo contra ele. "Cada caso é um caso. Estamos observando uma atitude no Conselho de Ética para não fazer um julgamento coletivo", disse.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) considerou favorável o depoimento de João Magno. "Ele apresentou notas mostrando que os gastos foram efetuados à época da campanha. Isso é favorável a ele", ressaltou. Entretanto, acrescentou, "o Conselho de Ética não analisa apenas a existência, ou não, de caixa 2 e, sim, essa relação obscura de repasse para parlamentares. A origem dessa verba é o que está em jogo e é a questão central".
Na opinião da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), o deputado João Magno "mostrou muita ética, transparência e sinceridade" em seu depoimento.