Brasília – O deputado Orlando Fantazzini (Psol-SP), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, defendeu a retirada dos soldados brasileiros do Haiti. No sábado (7), o chefe militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), o general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, foi encontrado morto com um tiro no hotel onde morava em Porto Príncipe, capital haitiana.

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Segundo ele, o Brasil não deve continuar a fazer "um papel extremamente desgastante e desagradável" sem o apoio financeiro dos demais países que integram a força de paz. "Quando o Brasil assumiu a missão havia um pacto entre os diversos países de que ocorreriam recursos para ajudar a recuperação do país. Os diversos países assumiram esse compromisso que até agora não estão cumprindo", disse.

Fantazzini afirmou que o investimento é importante não apenas para viabilizar as ações de estabelecimento da segurança, mas também para a reestruturação do Haiti. "A recuperação não é só na perspectiva da segurança. A insegurança no país é fruto de falta de políticas públicas na área social, atendimento adequado às famílias, às pessoas".

O deputado lembrou que o Brasil e outros países já fizeram pressão para que o compromisso do repasse de recursos, assumido por países como França e Estados Unidos, fosse cumprido. "Estados Unidos e França deixaram toda essa situação caótica no país. Agora o Brasil vai lá para fazer um papel extremamente desgastante e desagradável que é se colocar como força de paz. E nós todos sabemos que a força de paz acaba tendo atitudes que contrariam preceitos da própria paz", comentou.

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Segundo Fantazzini, a situação no Haiti tende a se agravar caso não sejam feitos investimentos para a recuperação econômica e social do país. "O Brasil não pode ficar arcando sozinho com esse ônus porque é um ônus extremamente desgastante até porque se não houver investimentos a tendência é se acirrar cada vez mais a tensão dentro do país".

A Minustah chegou ao Haiti com a missão de garantir a estabilidade social e política do país, depois da queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004. O Brasil tem o maior efetivo, com cerca de 1.200 soldados, e o comando da força militar composta por diversos países. O primeiro militar brasileiro a comandar as tropas no país foi o general Augusto Heleno Pereira, substituído em setembro do ano passado. O novo comandante foi justamente o general Urano Bacellar, encontrado morto em seu quarto no sábado (7).

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