Depois da Copa América, ciclistas brasileiros seguem para a Europa

São Paulo – Três dos maiores destaques do ciclismo brasileiro despediram-se do país no domingo depois da disputa da Copa América, que há seis anos abre oficialmente o calendário nacional do esporte, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Luciano Pagliarini, Murilo Fischer e Breno Sidoti viajam nos próximos dias para a Itália. Os três têm como base na Europa, a cidade de Treviso, na região do Veneto.

Profissional de prestígio no ciclismo europeu, o paranaense Pagliarini viaja no sábado. Depois de sete anos na Itália, ele se transferiu em dezembro para a equipe Saunier Duval, da Espanha, no melhor contrato de sua carreira. Como atleta de ponta, terá muitos privilégios no time, que tem base na cidade de Santander. Ele tem, por exemplo, participação assegurada nas três mais importantes competições do mundo: Giro d?Itália, Tour de France e Volta da Espanha.

?Fiz um contrato de dois anos, o que me dá segurança e tranqüilidade. Vai ser um desafio profissional, mas tenho certeza de que terei uma infra-estrutura maravilhosa, na melhor equipe de ciclismo da Espanha?, comenta o atleta, que conseguiu 11 segundos lugares e 15 terceiros em 2005. ?Depois de bater tanto na trave, espero conseguiu pelo menos seis vitórias em 2006.?

Pagliarini, que facilitou a entrada de Murilo Fischer no ciclismo europeu, agora ajuda a ida de Breno Sidoti. ?Tive muitas dificuldades para abrir o meu caminho, mas o Brasil é visto de maneira diferente agora. A Europa sabe que pode contar com os atletas daqui também?, diz o atleta de 27 anos, nascido em Arapongas e que mora em Londrina nas suas férias.

Ano brilhante – Há cinco anos na Itália e profissional desde 2004, o catarinense Murilo Fischer teve a melhor temporada de sua carreira em 2005. Além de ter garantido o título do ranking do circuito europeu da União Ciclística Internacional (UCI), ele chegou em quinto lugar no Mundial de Madri, melhor colocação brasileira na história. Ele venceu os GPs de Prato, Castel Fidardo, Bioera e Beghelli, na Itália, e também uma etapa da Volta da China e duas da Volta da Áustria.

?Vencer o ranking foi uma surpresa para todo o mundo. É inimaginável um latino-americano nessa posição?, lembra o atleta da equipe Naturine Sapore di Mare, de 26 anos, que viaja no dia 22 de janeiro para a Itália. ?Vou voltar antes porque fui convocado para disputar o Grande Prêmio de Doha, a Volta do Catar e o Tour do Mediterrâneo, na França.?

Para 2006, a expectativa é aprimorar seu rendimento, visando subir ao pódio no próximo Mundial. ?É um ano bastante neutro, sem competições pan-americanas ou olímpicas. Por isso, vou me concentrar em melhorar minha colocação no Campeonato Mundial?, afirma Fischer, que terá um trabalho adicional este ano: comunicar para a UCI o seu paradeiro durante todo o ano. ?Como líder do ranking europeu, tenho de ficar à disposição para exames antidoping a temporada toda. Por isso, tenho de passar meu calendário atualizado de treinamentos e de competições para eles.?

Outro que viaja nos próximos dias para Treviso é o paulista Breno Sidoti, que começa a seguir os passos de Pagliarini e Fischer. Aos 22 anos, ele está ansioso para defender a equipe amadora da Liquigas Marchiol Ima. ?Acho que estou pronto para o desafio. Terei o apoio do Luciano e do Murilo e vou agarrar a chance com muita vontade?, lembra o ciclista.

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