Depoimento de Ronivon Santiago é adiado pela terceira vez

Brasília – O depoimento do deputado Ronivon Santiago (PP-AC) foi adiado mais uma vez na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos. Ele seria ouvido hoje (26) pelos parlamentares, mas não compareceu. "O deputado Ronivon está defendendo os direitos dele junto à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)", explicou o advogado do deputado, Paulo Goyás.

A CCJ da Câmara marcou para hoje a votação da consulta da Mesa Diretora da Casa sobre a cassação da liminar que mantinha o mandato de Ronivon Santiago. "O deputado Ronivon tem problemas de saúde, tem diabetes em alto grau. Naturalmente, com a tensão da eventual perda do mandato imediato, ele tem piques altos de glicose, inclusive, taquicardia", disse o advogado.

Segundo Paulo Goyás, Ronivon tinha a intenção de comparecer à CPMI, caso a decisão sobre o mandato dele fosse a primeira questão a ser analisada na CCJ. Entretanto, ressaltou Goyás, os deputados decidiriam apreciar inicialmente na comissão o recurso de José Dirceu e, com isso, Ronivon não pôde sair da CCJ até as 11h30 ? horário previsto para início de seu depoimento dele na CPMI. "Ele tem que ficar na CCJ porque a análise sobre o mandato dele pode começar a qualquer momento", disse Goyás.

O relator da CPMI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), informou que foi o terceiro adiamento do depoimento. Na última vez, no dia 19 deste mês, Ronivon apresentou um atestado médico alegando problemas de saúde. "O presidente (senador Amir Lando, do PMDB de Rondônia) agora vai designar dia e hora e tomar providências de coerção legal para que ele realmente compareça", ressaltou.

Abi-Ackel disse que o depoimento de Ronivon é fundamental para a CPMI. "É o início do depoimento a respeito da emenda da reeleição, e nós não podemos abrir mão do depoimento dele, que é personagem principal. Ainda que ele venha a reafirmar tudo aquilo que se sabe, é necessário ouvi-lo. É uma questão de formalidade legal", afirmou.

Ronivon Santiago é um dos suspeitos de ter recebido, em 1997, R$ 200 mil para votar a favor da emenda constitucional que permitiu a reeleição do presidente e dos governador no país. O texto foi votado e aprovado no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. À época, Ronivon renunciou ao mandato e foi eleito deputado novamente em 2002.

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