A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o caso Banestado reúne-se hoje para definir a data do depoimento do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, acusado de enviar mais de US$ 1 milhão para uma conta na Suíça. A comissão apura denúncias de remessa ilegal de dinheiro para paraísos fiscais por meio das contas CC-5.

Os parlamentares também vão definir a data do novo depoimento do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. A CPMI quer ouvir detalhes de uma operação ocorrida em 1998 envolvendo o Banco Central e o Banco Bilbao Vizcaya.

Em um mesmo dia daquele ano, o Bacen aplicou US$ 840 milhões em uma agência do banco espanhol. O Bilbao Vizcaya, por sua vez, comprou títulos do Tesouro Nacional no mesmo valor. Os títulos foram usados pelos espanhóis para aumentar o patrimônio do banco brasileiro Excel/Econômico, comprado pelo próprio Bilbao Vizcaya logo depois dessa operação.

A CPMI quer saber ainda porque o Bacen publicou uma circular autorizando o Banestado e outras instituições financeiras que operavam em Foz do Iguaçu (PR) a remeterem recursos financeiros para o exterior, por meio das contas CC-5, sem a identificação dos beneficiados. A permissão tornou impossível a identificação das pessoas que receberam o dinheiro.

As remessas ilegais através do Banestado podem chegar a R$ 30 milhões.

Os parlamentares da comissão também estão investigando o ex-governador de São Paulo Paulo Maluf. Ele é suspeito de movimentar aproximadamente US$ 200 milhões entre 1990 e 1998 em contas nos Estados Unidos e na Suíça.

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