Depoimento de pilotos do Legacy é marcado para sexta-feira

A Polícia Federal intimou os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino para prestarem depoimento na sexta-feira sobre o choque do jato Legacy, o qual pilotavam, com o Boeing da Gol, no final de setembro, no qual morreram 154 pessoas. Eles correm o risco de serem indiciados por homicídio culposo porque, segundo as investigações, tiveram parcela de responsabilidade no acidente por não terem seguido o plano de vôo, nem adotado normas de emergência para evitar o choque.

Mesmo que o indiciamento ocorra, eles receberão de volta os passaportes, retidos por ordem judicial desde o acidente e retornarão para os Estados Unidos (EUA), onde permanecerão à disposição da PF e da justiça brasileira. Isso porque em processo de homicídio culposo (sem dolo) o acusado responde em liberdade e o Brasil tem tratado de cooperação jurídica com os EUA, que permite interrogá-los sempre que for conveniente à investigação.

Ficou acertado com os advogados de defesa que os pilotos assinarão um termo de compromisso no qual se comprometem a atender todas as convocações da polícia e da justiça relativas ao esclarecimento do acidente. Essa é uma condição para devolução dos passaportes, prevista em despacho do Tribunal Regional Federal (TRF), que deu um prazo de 72 horas para a PF liberar os americanos.

O prazo vence às 17h de amanhã. O consulado dos EUA fez gestões junto ao governo brasileiro para viabilizar o retorno imediato dos pilotos ao seu país, provavelmente em avião particular, tão logo sejam ouvidos pela PF e recebam os passaportes. Não está definida a rota que eles seguirão para sair do Brasil. A mais curta delas é a que passa por Brasília e Manaus, a mesma que eles faziam quando colidiram com o boeing da Gol.

A PF não divulgou o local e a hora do depoimento, mas deverá ser no Rio porque, sem os passaportes, documento obrigatório para estrangeiros, os pilotos americanos terão dificuldade para embarcar no aeroporto ou mesmo circular em território nacional.

O depoimento dos pilotos só corre um risco: ser adiado por causa do apagão aéreo, que continua tumultuando o funcionamento do Aeroporto de Brasília, comandado pelo Cindacta 1, do qual a PF depende de autorização para levantar vôo. A PF informou que continua auxiliando a Aeronáutica na investigação sobre o novo apagão, mas não confirmou se já foi encontrado algum indício de sabotagem.

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