Depoimento de Palocci na CPI dos Bingos será acertado nesta semana

Se o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB) não conseguir acertar amanhã (6) a data de comparecimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci os senadores votarão na quinta-feira o requerimento convocando-o para depor. Neste caso, Palocci compareceria na próxima terça-feira. A idéia de dar um ultimato no ministro recebeu hoje o aval do relator Garibaldi Alves (PMDB-RN) e do líder do PFL, José Agripino (RN). Segundo o líder, Efraim tentou se comunicar com Palocci na semana passada e não conseguiu. Em trânsito para Brasília, o presidente da comissão não foi localizado. No sábado, ele atribuiu a dificuldade em falar com o ministro ao fato dele estar fora do País.

No telefonema que recebeu hoje de Palocci, o vice-líder do PT, senador Tião Viana (AC), afirmou que ele está disponível para atender à CPI e que recebeu uma única ligação de Efraim, na quarta-feira, quando estava viajando. "Deve haver um mal entendido aí", alegou Tião, referindo-se à dificuldade apontada pelo líder pefelista.

O relator Garibaldi Alves lembrou que houve um acordo, "um consenso" no sentido de prestigiar o ministro, na decisão de evitar a sua convocação. A data de seu comparecimento seria acertada numa conversa, por telefone com o presidente da CPI. Em troca, Palocci assinará um termo dando às suas palavras o mesmo peso jurídico de um depoimento convencional. "Isso foi feito para ser cumprido e pelo que eu conheço do ministro, ele virá", previu o relator.

Santo André

Na quarta-feira a CPI ouvirá o depoimento da secretária especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo, Mara Gabrilli. Ele vai dar detalhes da conversa em que pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tomasse providências contra o esquema de corrupção montado em Santo André. Na quarta-feira vão depor na comissão dois amigos do ministro Palocci: os empresários Roberto Carlos Kurzweil e Roberto Colnaghi. Eles foram convocados por iniciativa do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), para falar da doação de US$ 3 milhões que teria sido feita pelo governo de Cuba para o caixa 2 do PT, na campanha de 2002. Kurzweil é dono da locadora que emprestou o Ômega blindado que teria sido usado para transportar, de Campinas para São Paulo, os dólares de Cuba. Já Colnaghi, é dono do avião Sêneca que tera transportado o dinheiro e um dos sócios do jato Citation, prefixo PT-XAC, utilizado por Palocci na campanha presidencial.

Os empresários serão questionados, ainda, sobre os negócios que mantém em Angola supostamente favorecidos com linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A CPI descobriu na Junta comercial de São Paulo que Kurzweil é sócio dos empresários de bingos, supostamente de origem angolana, que ofereceram a Antonio Palocci R$ 1 milhão para a campanha de Lula em 2002.

No depoimento à comissão, o ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, Rogério Buratti, disse que em troca do dinheiro os "bingueiros" esperavam a regulamentação do jogo o País. Kurzweil é, ainda, dono da locadora que emprestou o Ômega blindado que teria sido usado para transportar, de Campinas para São Paulo, os dólares de Cuba. Já Colnaghi, é dono do avião Sêneca que teria transportado o dinheiro e um dos sócios do jato Citation, prefixo PT-XAC, utilizado por Palocci na campanha presidencial.

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