Depoimento de Marcos Valério pode ser antecipado

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que os integrantes da CPI farão uma reunião decidindo se antecipam o depoimento do publicitário Marcos Valério, bem como a de sua ex-secretária, Fernanda Karina Somaggio. Delcídio participa de um encontro na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro.

"É evidente que estávamos pensando em ouvi-los mais à frente. Agora, em função da precipitação desses novos fatos no final de semana (veja abaixo), isso vai nos levar muito possivelmente a convocá-los na semana que vem". O senador disse estar preocupado em não gastar muito tempo debatendo essas agendas na Comissão, para não alongar demais as audiências.

Reportagens publicadas no final de semana apontam possíveis saques em valores superiores a R$ 20 milhões do Banco Rural pelas agências de publicidade DNA e SMPB, empresas pertencentes ao publicitário Marcos Valério. O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), informou que todos os contratos das empresas do publicitário com os Correios serão investigados. "Se ele distribuiu (recursos), queremos saber a origem do dinheiro". Valério é um dos nomes citados nas denúncias sobre o susposto pagamento de mesada a parlamentares em troca de apoio ao governo, o chamado "mensalão".

O senador Delcídio Amaral disse estar examinando, sob o aspecto jurídico, como a Comissão poderia funcionar durante o recesso do Congresso Nacional, que começa em julho. "A intenção de todos os membros da comissão é que a CPI dos Correios funcione ao longo do recesso". Amanhã, durante a realização da primeira audiência da semana, Delcídio pretende anunciar a rotina que a comissão terá durante o recesso parlamentar.

Serão ouvidos amanhã os responsáveis pelas gravações feitas nos Correios. Na quarta-feira, mais três diretores da estatal farão depoimento e, no dia 30, serã ouvidos o genro do deputado Roberto Jefferson, Marcos Vinicius – sócio de uma empresa que negociava com os Correios – além do próprio deputado.

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