A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que os governistas forma surpreendidos pelo depoimento no garçom Anderson Ângelo Gonçalves, mantido em sigilo pelo presidente e pelo relator da CPI, Efraim Morais (PFL-PB) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), até minutos antes da chegada da testemunha ao plenário da CPI. Até então, estava prevista uma reunião administrativa para votar requerimentos polêmicos e o depoimento de um empresário de bingo.
Segundo Ideli, Anderson está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo em Campinas por suspeita de falso testemunho.
"Um procedimento foi aberto para comparar todos os depoimentos que ele prestou até agora. É uma história que choca, chama atenção, mas é cheia de expedientes rocambolescos", disse a senadora. Entre as denúncias de Anderson, está a de que ele foi dopado, por um funcionário da prefeitura de Amparo identificado como Nilton, e impedido de prestar depoimento no Fórum de Campinas. O garçom diz ainda ter recebido de "uma mulher" a proposta de ficar calado em troca de R$ 200 mil.
"Parece novela da Janete Clair", brincou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG). O relator da CPI disse que será necessário aguardar novas investigações antes de decidir como vai tratar o assassinato de Toninho do PT no relatório final. Até agora, Garibaldi tinha dedicado apenas uma citação ao episódio, pois considerou que não houve fatos novos, como aconteceu no caso do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. No caso de Santo André, Garibaldi dirá que foi crime político.
"O garçom fez uma acusação frontal grave, até com o nome do então advogado Márcio Thomaz Bastos. Tem que ter responsabilidade para apurar e saber se este senhor está falando a verdade", disse o relator. Os senadores disseram que Anderson estava seguro e não caiu em contradição. "Claro que vão desqualificar o depoimento, mas ele não parece louco coisa alguma", reagiu o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
