“Denúncias genéricas” preocupam presidente da Previ

RIO (AE) – O presidente da Previ, maior fundo de pensão do país, Sérgio Rosa, admitiu à Agência Estado estar preocupado com a onda de denúncias "genéricas" contra o setor feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). "Não sei se tem problema em uma ou outra (Fundação). Mas, evidentemente quando se faz uma denúncia desse jeito se dirigem os holofotes para os maiores fundos, Previ, Petros, Funcef", afirmou.

Ele lembrou que existem mais de 360 fundos de pensão no País e que o deputado não apresentou nenhum fato concreto para sustentar suas denúncias. "Na Previ, a gente está totalmente tranqüilo em relação todas as operações que fizemos, todas foram dentro das melhores condições de mercado, todas no sentido de valorizar os ativos", afirmou.

Rosa reconheceu que os fundos estão sujeitos a erros ou desvio de conduta como qualquer empresa. Entretanto, fez questão de lembrar os avanços regulatórios, que estabelecem aos dirigentes de fundos punições, como multa pecuniária e inabilitação.

O presidente da Previ não esconde ser amigo pessoal do secretário de Comunicação, Luiz Gushiken, mas nega que este tenha interferência nos negócios da fundação. "Não existe esse nível de supervisão do Gushiken em nenhum fundo de pensão. Isso infelizmente é uma certa fantasia que se criou, que não corresponde de maneira nenhuma à realidade e às práticas", afirmou.

Enfático, Rosa observou que, apesar de sua amizade com o executivo, seu mandato na Previ não sofre influência de Gushiken. Segundo ele, a contratação pela Previ da Globalprev, empresa da qual Gushiken foi sócio, seguiu os procedimentos normais de seleção. "A empresa foi selecionada pela competência que tem, como selecionamos outras, como temos contratos com a Fundação Getúlio Vargas, IBMEC, Coppead." E completou: "Da nossa parte, estamos totalmente tranqüilos. Contratamos instituições, das mais diversas, contratamos pela qualidade do serviço. Por que deveríamos descriminar a empresa A,B ou C se ela pode prestar um serviço de qualidade por um preço justo?", disse.

Rosa fez questão inclusive de elogiar a trajetória política de Gushiken, como dirigente sindical, parlamentar e membro do governo.

Em nota divulgada ontem, a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, também negou haver influência política ou favorecimento nos investimentos feitos pela instituição em fundos de investimento em direitos creditórios (conhecidos no mercado como FIDCs) do BMG, Banco Rural e Bancoop.

Um jornal do Rio de Janeiro publicou no final de semana uma reportagem mostrando que os bancos que emprestaram R$ 5,4 milhões ao Partido dos Trabalhadores (PT) aplicaram em FIDCs dos bancos BMG e Rural, o poderia sugerir favorecimento político.

Na nota, a diretoria da Petros explicou que a escolha dos investimentos cumpriu "o rito de análise técnica". A instituição destacou ainda que os investimentos nos três FIDCs representam apenas 0,46% do total de aplicações da fundação, o equivalente a R$ 114,1 milhões.

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