Denúncia de aftosa pode piorar situação do Brasil, diz embaixador russo

Rio – O embaixador da Rússia no Brasil, Vladimir Tyurdenev, e o chefe de gabinete do Ministério brasileiro da Agricultura, Maçao Tadano, disseram não acreditar no pagamento de propina por produtores brasileiros para liberação de entrada de carne na Rússia.

"Para mim é uma notícia um pouco estranha, me parece invenção de quem quer conseguir algo", disse Tyurdenev. "Nós desconhecemos essa prática e não acreditamos nisso", emendou Tadano.

O embaixador russo disse que as autoridades do seu país não aceitariam a propina e ameaçou: "Isso é ilegal. Se houve prova de que isso é feito, a situação para os exportadores (brasileiros) vai piorar."

Exportadores brasileiros estariam subornando funcionários russos para furar o embargo decretado por causa da febre aftosa. O valor da propina seria US$ 125,00 por tonelada de carne. Tyurdeney e Tadano participaram hoje (20) de seminário no Rio, onde comentaram a denúncia.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Marcus Vincius Pratini de Moraes, disse que a entidade nega qualquer envolvimento de seus associados em prática de propina e afirmou acreditar que a denúncia possa ter sido inventada por concorrentes no Brasil. "Isso me parece mais uma dessas coisas de concorrentes do Brasil que ficam nos colocando problemas", disse.

Embargo

Minutos antes do anúncio de novos focos de aftosa no Paraná hoje, Tyurdenev culpou a demora das autoridades daquele Estado em admitir os primeiros focos da doença como o principal motivo da manutenção do embargo russo à compra de carne brasileira.

O embaixador deixou claro que as autoridades sanitárias russas só vão liberar a importação de carne brasileira após a certeza de que os focos de aftosa estão totalmente controladas no País. Ele citou a demora da confirmação dos primeiros focos de aftosa no Paraná como principal motivo da decisão russa pela extensão do embargo, inicialmente concentrado na carne do Mato Grosso do Sul. "Acho que devem ser resolvidos os problemas de combate à aftosa. Ficamos preocupados quando o Paraná demorou 45 dias para confirmar os focos da doença", disse.

Segundo Tyurdenev, é difícil prever se o embargo será suspenso em curto prazo. "A decisão está sendo tomada por autoridades veterinárias na Rússia, que não aceitam argumentos que não sejam exclusivamente técnicos", disse.

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