Denúncia contra Marcola motivou ataques, diz promotor

A nova onda de ataques que atinge São Paulo desde a madrugada seria conseqüência das medidas que o Ministério Público Estadual (MPE) tem tomado contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com o promotor Rodrigo Pinho. Hoje, a polícia prendeu em Praia Grande, no litoral paulista, um líder da facção acusado de ser um dos responsáveis pelos ataques recentes.

O prédio do órgão localizado na Rua Riachuelo, no centro de São Paulo, foi um dos alvos dos atentados. De acordo com Pinho, essas medidas seriam a denúncia do Ministério Público contra Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado líder do PCC. Marcola foi interrogado na sexta-feira, acusado de participação na morte do bombeiro João Alberto da Costa, em 12 de maio, durante a primeira onda de ataques atribuída à facção

Além disso, o MP definiu que deve ser paga uma indenização à viúva de Costa com dinheiro do PCC. Outra medida seria a solicitação do Ministério à Justiça para que não seja concedida a saída temporária de presos que cumprem regime semi-aberto na quinta-feira que antecede o Dia do Pais com retorno na segunda-feira. "Não tem cabimento permitir a saída temporária de integrantes do PCC", afirmou Pinho, que completou que estão sendo solicitados reforços à Polícia Militar para intensificar a segurança nos prédios públicos da capital.

Uma outra medida que tem irritado a facção, de acordo com Pinho, é a divulgação da lista de advogados que serviriam de pombo-correio para o crime organizado. Pinho garantiu que os promotores que sentirem a necessidade de segurança especial poderão solicitar escolta, mas por enquanto ninguém fez esse pedido.

"Não vamos nos intimidar com esses ataques. Isso tudo deve servir para alertar o Congresso Nacional para que sejam aprovadas propostas que ajam com mais rigor contra o crime organizado", declarou Pinho. Essas propostas, já aprovadas pelo Senado, seriam um regime de cárcere mais duro, o isolamento total dos líderes de facções criminosas e a tipificação do crime organizado em relação às quadrilhas que aplicam métodos terroristas.

Rodrigo de Brito Ubaldo, acusado de ser um dos líderes da facção criminosa que organizou os ataques de hoje em várias cidades paulistas, será levado para o presídio de Jundiaí, de acordo com informações da TV Globo. A polícia ainda procura 3 pessoas que estariam por trás dessa nova onda de ataques de criminosos no Estado.

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