Demora na liberação de recursos do BNDES é perfeitamente normal

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, disse hoje que é “perfeitamente normal” a demora de alguns meses para que a instituições aprove grande projeto de investimento. Segundo ele, um projeto de investimento ?não é uma compra de pão na padaria?, é uma logística delicada que demanda tempo e análise.

?Tomar cuidado quanto à qualidade do projeto antes de aprová-lo não é burocracia, é obrigação?, disse Lessa, ao comentar com os jornalistas a afirmação feita nesta semana pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, de que deveria haver mais agilidade na análise de projetos para investimentos no Brasil.

Lessa participou hoje, junto com representantes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste, de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A reunião serviu para avaliar o desempenho dos bancos públicos no primeiro semestre deste ano.

O presidente do BNDES informou que este ano o banco pretende investir R$ 48 bilhões em projetos de desenvolvimento no país. Segundo ele, no primeiro semestre, foram gastos R$ 24 bilhões. Lessa anunciou que as operações que entraram em análise no banco este ano cresceram 98% em relação a igual período de 2003. ?Esse indicador mostra que a economia está progressivamente se aquecendo em termos da retomada do crescimento?, afirmou.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, disse que Lula ficou satisfeito com os resultados apresentados por todos os bancos neste primeiro semestre. No balanço apresentado por Mattoso, a CEF já disponibilizou, este ano, cerca de 115% do orçamento previsto para saneamento (R$ 2 bilhões) e 50% dos recursos previstos para habitação (R$ 3,5 bilhões).

Do ponto de vista do crédito comercial, Mattoso anunciou que o objetivo do banco é saltar de R$ 20 bilhões, em 2003, para R$ 30 bilhões, neste ano. Mattoso também relacionou os bons índices apresentados pela CEF com o resultado positivo da economia brasileira.

O presidente do Banco do Nordeste, Pedro Eugênio Cabral, também comemorou o balanço positivo da instituição nos primeiros sete meses deste ano. O Banco do Nordeste fechou o semestre com R$ 1,4 bilhões de financiamentos realizados. A meta, anunciou o presidente, é financiar cerca de R$ 3 bilhões do setor produtivo do Nordeste até o final de 2004. Os projetos que mais terão financiamentos são na área de transmissão e geração de energia e telecomunicações.

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