Enfraquecido pela impopularidade da guerra no Iraque, o presidente americano, George W. Bush, acusou seus rivais democratas de não terem um plano para vencer o conflito. "O objetivo dos democratas é sair do Iraque. O dos republicanos é vencer no Iraque", disse nesta segunda-feira (30) o presidente, que está em campanha para conquistar votos para o Partido Republicano nas eleições legislativas de 7 de novembro.
"O Iraque é o principal campo de batalha para a guerra ao terror e se você ouvir atentamente os democratas falando verá que eles não têm um plano para a vitória", provocou. Com as pesquisas de intenção de voto indicando uma vitória democrata nas eleições legislativas de novembro, Bush iniciou um tour nos Estados onde sua aprovação sempre foi grande numa tentativa desesperada de alcançar os democratas.
Nesta segunda-feira, ele participou de um comício eleitoral do candidato à Câmara dos Deputados, Max Burns, numa Universidade no Estado da Georgia e, em um discurso para centenas de pessoas, Bush reafirmou que os democratas ainda não ganharam. "Essa eleição está muito longe do fim", afirmou o presidente.
Em resposta às provocações de Bush, o líder dos democratas no Senado, Harry Reid, lembrou que hoje o número de soldados americanos mortos em outubro em território iraquiano ultrapassou a marca dos 100. "Em um dia em que os Estados Unidos atingiram uma marca tão triste no Iraque, o presidente Bush continua a lançar mão das mesmas velhas estratégias de ataque para evitar ter de prestar contas por seus erros", disse.
Apesar da popularidade do presidente ter despencado para 40%, os estrategistas do Partido Republicano acreditam que ele ainda é um bom cabo eleitoral em alguns Estados. Na Georgia, por exemplo o presidente obteve uma vitória folgada nas duas últimas eleições presidenciais. Dali, o presidente deveria seguir para Houston, no Texas, para fazer campanha por outro candidato republicano à Câmara.
Segundo uma pesquisa da Reuters/Zogby publicada na semana passada os democratas possuem 44% da intenção de voto do eleitorado americano, contra apenas 33% dos republicanos. Para tomar do partido de Bush o controle do Congresso – e com isso obter amplo poder de barganha nas negociações com a Casa Branca -, os democratas precisam conquistar 6 cadeiras no senado e 15 na Câmara, além dos assentos que eles já possuem.
De acordo com alguns analistas, os democratas podem alcançar de 20 a 35 cadeiras na Câmara. A disputa para o Senado está mais acirrada, e é possível que os democratas não atinjam os 6 assentos adicionais. Segundo uma pesquisa divulgada na sexta-feira, 56% dos entrevistados disseram que vão votar nos candidatos democratas e 37% declararam que votarão nos republicanos. A mesma pesquisa, do início do mês, dava apenas 10 pontos porcentuais de vantagem à oposição.