O agronegócio brasileiro registrou ganhos admiráveis em função do aquecimento da demanda mundial e dos preços elevados de determinadas commodities. É a prova de que os investimentos em tecnologia e produtividade sempre dão resultados estimulantes como os obtidos pelos produtores rurais na última safra.
De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), mesmo diante de problemas crônicos de transporte, embarques para o exterior, elevação dos custos de produção e câmbio desfavorável, em 2007 o PIB agrícola terá expansão de 5,1%, o que representa a marca histórica de R$ 567 bilhões. O recorde anterior ocorreu em 2004, com R$ 563,8 bilhões, sendo a maior expressão nominal (8,81%) verificada em 2002. Os números estão sendo divulgados pelo jornal Valor Econômico, na edição deste final de semana.
Segundo o estudo da CNA/Cepea, as projeções têm lastro no crescimento de 2,94% do PIB nos primeiros sete meses de 2007, em comparação ao mesmo período no ano passado. Assim sendo, a soma da riqueza gerada pela agricultura e pecuária brasileiras, o chamado PIB do setor primário, cresceu 5,26% de janeiro a julho, num ritmo considerado excelente pelos analistas do setor. A expansão estimada para o presente exercício é de 6,14% (8,58% na pecuária e 3,7% na agricultura).
Esse resultado auspicioso, a bem da verdade, não pode ser descolado dos estímulos detectados pelo estudo em questão, embora seja extremamente necessário e justo exaltar a fibra dos nossos produtores rurais e o papel relevante que desempenham no conjunto da atividade produtiva. ?Está havendo uma recuperação provocada por preços internos bons, demanda firme e safra recorde?, comentou Ricardo Cotta, superintendente técnico da CNA, frisando que as dívidas e o custo elevado da produção oneram a renda dos agricultores.
As previsões iniciais da safra relativa ao ano agrícola 2007/08, que começa a ser colhida em janeiro, prosseguem bastante otimistas, mesmo diante da falta de chuvas em algumas regiões de plantio, delineando um cenário positivo para o avanço de 21,4% na produção de grãos, com destaque para soja e milho. Haverá também crescimento da produção de cana-de-açúcar, carne bovina, frangos e leite.
Condições climáticas favoráveis e boas cotações no mercado internacional é tudo o que os agricultores clamam aos céus.
