O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, no texto das alegações finais de defesa no seu processo de expulsão do partido, faz provocações aos petistas que alegam não terem recebido recursos de caixa 2 para as suas campanhas eleitorais. "Se as campanhas não foram pagas pelo caixa 2, foram então pelo Papai Noel", diz Delúbio, em um dos trechos do documento, segundo fontes do partido que tiveram acesso ao texto.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) que, por ocasião do depoimento do publicitário Duda Mendonça na CPI dos Correios, repudiou com veemência a existência de caixa 2 na sua campanha em 2002, não quis vestir a carapuça como alvo das afirmações de Delúbio. "Não quero fazer comentários sobre algo que não li. O que eu reafirmo é que não há evidências e nunca ninguém falou que houve caixa 2 em minha campanha, que foi barata e superavitária. Se houver indício, eu apóio uma investigação", disse Mercadante.
A proposta de expulsão de Delúbio será votada no próximo sábado, depois de sucessivos adiamentos, durante reunião do Diretório Nacional do PT. Integrantes do Campo Majoritário estão insistindo com o ex-tesoureiro para ele se antecipar à expulsão e pedir, por iniciativa própria, desfiliação do partido. Mas o ex-tesoureiro está resistindo a esses apelos.
A reunião de sábado, além da votação do relatório da Comissão de Ética sobre a expulsão de Delúbio, servirá também para dar posse aos novos integrantes do Diretório Nacional e ao deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) como presidente do partido.