O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, afirmou que não fez nenhum pagamento dos
empréstimos contraídos pelas empresas de Marcos Valério de Souza para o partido.
Em depoimento na CPI Mista dos Correios, Delúbio disse que não tem nenhuma
relação formal com os bancos onde Valério fez os empréstimos. "Não fiz pagamento
de nenhum recurso que Marcos Valério solicitou ao banco", disse. "Nós não
devemos ao banco. O contrato é em confiança com Marcos Valério. Ele fez os
pedidos de empréstimo, mas não saldamos", acrescentou.
Segundo Delúbio,
Marcos Valério quitou uma parcela de R$ 350 mil de um empréstimo feito pelo PT
junto ao BMG, porque era o avaliata e o banco exigiu o pagamento. Delúbio
confirmou que o PT fez empréstimos com o BMG de R$ 2,4 milhões e que tem também
um empréstimo com o Banco Rural de R$ 3 milhões. Nesse caso, explicou, são
empréstimos feitos pelo partido. Ainda em seu depoimento Delúbio disse que soube
pela imprensa que se o PT não pagar o empréstimo com o BMG até setembro, o banco
vai executar o partido.
Questionado pelo relator da CPI, deputado Osmar
Serraglio (PMDB-PR) se conhecia o fato de Marcos Valério ter contratos com
empresas públicas, Delúbio respondeu que na época do empréstimo não existia
ainda contratos de empresas de Marcos Valério com os Correios, e que o
empresário já era fornecedor do Banco do Brasil e de outras estatais, desde o
governo anterior. Delúbio disse também que não participou do processo de como
Marcos Valério obtinha os empréstimos, ao ser questionado por Serraglio se tinha
consciência de que Valério dava como garantia contratos com o governo.