O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, afirmou, nesta quinta-feira, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos que só soube de que o publicitário Duda Mendonça recebeu dinheiro em uma conta bancária fora do país quando viu o depoimento dele na comissão.

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Delúbio afirmou que orientou Marcos Valério a passar o dinheiro para Duda Mendonça, assim como fez com todas as pessoas com as quais o PT e os partidos aliados tinham dívidas. Segundo o ex-tesoureiro, ele não sabe como esses pagamentos teriam sido feitos. "Por que eu vou retirar o recurso do Brasil para pagar um fornecedor fora? Isso foi um acerto entre eles, e não comigo", disse.

Em depoimento na CPMI, Duda Mendonça disse que tinha uma dívida de R$ 15,5 milhões com o PT, e que sua sócia, Zilmar Fernandes, recebeu uma parcela de R$ 6,6 milhões.

Questionado se o pagamento dessa parcela realmente tinha sido feito, Delúbio disse que não poderia confirmar nesse momento. "Não lembro de números, se foi esse valor, se é menos ou mais." A resposta do ex-tesoureiro irritou alguns membros da CPMI, que afirmaram que Delúbio não estava respondendo às perguntas de forma adequada e por isso estaria desrespeitando os parlamentares.

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Delúbio disse que o PT nunca mandou e nem recebeu dinheiro de fora do país.

Em depoimento no dia 11 de agosto, Marcos Valério disse que fez repasses de R$ 6,6 milhões ao publicitário Duda Mendonça por meio de 22 cheques entregues a um consultor financeiro. Valério informou que além dos cheques foi repassado ao publicitário, por ordem do ex-tesoureiro Delúbio Soares, do PT, dinheiro em espécie. Segundo Valério, a soma dos recursos repassados ao publicitário Duda Mendonça perfaz o total de R$ 15,5 milhões.

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Marcos Valério rebateu o publicitário Duda Mendonça, que em depoimento à CPMI dos Correios disse que Valério teria sugerido a ele a abertura de contas bancárias no exterior para "facilitar" o recebimento de aproximadamente R$ 10 milhões: "Eu nunca orientei ninguém, nem o Duda Mendonça, que tem 61 anos e muito mais experiência que eu, a abrir conta no exterior", disse Valério em seu depoimento.