A "Operação Têmis", realizada nesta sexta-feira (20) no Estado de São Paulo por cerca de 400 agentes da Polícia Federal, teve um contratempo no decorrer das investigações, iniciadas em agosto de 2006: o vazamento de informações. "Havia agentes da organização criminosa infiltrados em órgãos públicos e concessionária de telefonia", afirmou o delegado da Polícia Federal em São Paulo, Luiz Roberto Ungaretti, sem citar o nome da concessionária, alegando que poderia comprometer o curso dos trabalhos.
Segundo ele, estes agentes infiltrados repassaram informações à quadrilha que, a partir daí, se empenhou em manipular ou anular provas importantes.
Segundo a PF, a atuação da organização criminosa não se limitava a obter liminares dos magistrados que atendiam interesses de empresários e donos de bingos. A quadrilha também obtinha com os magistrados decisões em matéria tributária que viabilizavam a compensação indevida ou suspensão da exigibilidade de créditos tributários.
Segundo a PF, todas as provas da operação serão reunidas e encaminhadas para a sede em Brasília. O nome "Têmis" foi escolhido para diferenciar de outra operação em curso, a "Hurricane".
A Polícia Federal juntamente com o Ministério Público Federal solicitaram a prisão temporária de 43 pessoas investigadas pela operação. Informaram, entretanto, que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou todos os pedidos.