São Paulo – O delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno negou nesta sexta-feira (29) que tenha sido responsável pelo vazamento de fotos do dinheiro (R$ 1,7milhão) encontrado no flagrante do último dia 15, num hotel em São Paulo, que seria usado para compra de um dossiê contra políticos do PSDB e outros partidos.
?Estão ligando aí (na Polícia Federal de São Paulo) dizendo que o delegado Bruno desceu de manhã e saiu distribuindo fotos para todo mundo. Isso não é fato?, disse aos jornalistas, referindo-se a sim mesmo em terceira pessoa. ?Vocês estão prejudicando um profissional que tem dez anos de carreira e muito a zelar pela PF ainda?.
Segundo o delegado, a verdade será apurada na sindicância da PF. Ele confirmou apenas que participou da perícia realizada nesta quinta-feira (28) no dinheiro, junto com especialistas do Banco Central e da Caixa Econômica Federal.
As fotos foram tiradas durante este procedimento, com o intuito de descobrir a origem do dinheiro. Questionado sobre o fato de mais de um veículo de comunicação ter publicado o material, o delegado assegurou que apenas um CD de fotos desapareceu, sugerindo que podem ter sido feitas cópias.
Bruno era o delegado de plantão que prendeu Gedimar Passos e Valdebran Padilha no dia 15. Depois disso, não participou mais da investigação, levantando a suspeita de que teria sido afastado – o que ele negou em entrevista coletiva.
O delegado deu entrevista logo após o depoimento de Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.
Cercado por jornalistas em frente ao prédio da Polícia Federal, Lacerda recuou e saiu de carro por um acesso lateral, restrito a funcionários. Seu advogado, Carlos Alberto Toron, declarou inocência e informou que seu cliente ?nunca teve contato nenhum com Freud Godoy?. Ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Godoy terminou há pouco seu depoimento.