Delegado da Polícia Federal pode convocar Palocci para novo depoimento

O delegado Rodrigo Carneiro Gomes, encarregado do inquérito da Polícia Federal que investiga a violação de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, avalia a possibilidade de convocar o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, para prestar novo depoimento. A PF entende que, no primeiro depoimento, tomado em sigilo quarta-feira, Palocci tentou proteger seu assessor Marcelo Netto principal suspeito de ter vazado o extrato do caseiro para a imprensa e deixou alguns pontos obscuros que precisam ser esclarecidos.

Hoje, Gomes deu uma pausa nas diligências e interrogatórios para fazer o balanço do que já apurou e começar o fechamento do relatório. Até agora, foram produzidas mais de 300 páginas com as investigações e algumas dúvidas persistem, sobretudo em relação à origem da informação que levou Palocci a desencadear uma devassa na vida financeira do caseiro, com emprego do aparato fiscal e policial do governo.

Em entrevista ao Estado, no mês passado, Francenildo revelou que Palocci era freqüentador da mansão do Lago Sul, em Brasília, na qual lobistas de Ribeirão Preto promoviam festas com garotas de programa e partilha de dinheiro sujo. A polícia abriu inquérito para investigar a violação do sigilo do caseiro e também a movimentação "atípica" de dinheiro na conta dele, notificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão subordinado a Palocci.

A única certeza, para a PF, é que o ex-ministro, demitido esta semana em razão do escândalo, foi o mandante da quebra do sigilo e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, seu subordinado hierárquico, é cúmplice confesso do crime. Foi ele quem determinou a subordinados que violassem o sigilo de Francenildo e retirassem o extrato da sua conta, em 16 de março passado. Gomes considera que os depoimentos de Mattoso e de Palocci são complementares e não conflitantes. Por isso, descarta a possibilidade de acareação, como especulou hoje a imprensa. Ele também não estão convencido da necessidade e utilidade de convocar para depor a jornalista Helena Chagas, diretora da sucursal do jornal O Globo em Brasília.

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