O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Sandro Avelar, afirmou nesta terça-feira (17) que não há ‘operação abafa’ na PF com relação às investigações do dossiê Vedoin. "As investigações do caso têm sido conduzidas de forma isenta. O prazo da investigação é bastante razoável e está sendo cumprido. Por tudo o que tenho acompanhado, estou tranqüilo", afirmou.
Apesar disso, Avelar levou hoje aos presidentes do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do PPS, deputado Roberto Freire (PE), proposta de autonomia da PF. Hoje, a instituição é vinculada ao Ministério da Justiça. "É importante assegurar em lei a autonomia da PF para não haver dúvidas sobre a isenção do órgão" disse ele ao acrescentar que há uma preocupação entre os delegados sobre os questionamentos em torno da isenção da PF.
Para Freire, a postura do delegado Sandro Avelar sobre a isenção da PF no caso não poderia ser diferente. "Ele não poderia declarar algo que fugisse de seus deveres republicanos", disse o presidente do PPS, que classificou Avelar como um "homem disciplinado".
Avelar também disse na entrevista após o encontro com o parlamentar que está preocupado com o delegado Edmilson Bruno, responsável por ter revelado as fotos do dinheiro apreendido e que supostamente seria utilizado para comprar o dossiê Vedoin. Segundo ele, a preocupação é para que não haja animosidade da corporação em relação ao delegado.
A mesma preocupação foi manifestada pelo deputado Roberto Freire. "Estamos preocupados com o risco de perseguição política em relação ao delegado Bruno", disse o presidente do PPS.
O senador Tasso Jereissati também manifestou preocupação. "O delegado Bruno foi afastado da investigação. Ele, que prendeu Gedimar Passos (um dos petistas supostamente envolvidos no episódio), está sendo ameaçado de demissão. Se isto está acontecendo, evidentemente existe alguma forma de coerção", disse Tasso. Ele ainda questionou retoricamente: "Quem é o grande criminoso nesta história: Freud Godoy ou delegado Bruno?