Delegado acusado de cobrar propina se entrega à polícia

O delegado do 7.º Distrito Policial de Curitiba, Hamilton da Paz, se entregou à Polícia Federal no final da noite de quarta-feira (14). Ele é acusado, junto com outros sete policiais civis, que já estão presos, de cobrar propina de uma quadrilha de hackers que desviava dinheiro de contas bancárias. ?Ele decidiu se entregar espontaneamente para a polícia e ligou avisando que voltaria da viagem ainda naquela noite?, contou o delegado Fernando Francischini, da Polícia Federal de Curitiba.

Desde terça-feira (15), os policiais esperavam pelo delegado, que tinha prisão preventiva decretada pela Vara de Inquéritos Policiais. Hamilton da Paz estava em Natal (RN) e desembarcou no Aeroporto Internacional
Affonso Pena, em São José dos Pinhais, onde os policiais o esperavam. De lá ele foi levado pelos policiais federais até o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

O inquérito dos hackers já foi relatado à Vara de Inquéritos Policiais. Os policiais presos estão sendo ouvidos pela Corregedoria da Polícia Civil e as investigações correm sob sigilo. Paz ficará preso no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), junto com os outros delegados. Os investigadores estão presos na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Todos devem responder pelos crimes de concussão, abuso de autoridade e prevaricação.

Prisões 

Na terça-feira (13), a Secretaria da Segurança Pública prendeu dois delegados e cinco investigadores da Polícia Civil, acusados de cobrar propina de uma quadrilha de hackers que desviava dinheiro de contas bancárias e repassava para empresários em todo o Sul do país. Simultaneamente, a Polícia Federal prendeu dois empresários de Curitiba envolvidos no esquema de desvio de dinheiro. A operação Ponto Com.PR é uma ação conjunta da Secretaria de Estado e da Polícia Federal, como desdobramento da operação Ponto Com, deflagrada no dia primeiro deste mês no Rio Grande do Sul.

Ao todo, dez mandados de prisão e vinte mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça. A Corregedoria da Polícia Civil com o apoio de uma equipe do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) foi a responsável pela prisão de sete policiais. Os investigadores Gerson Camargo, Luiz Fernando de Abreu, Carlos Pereira, Getúlio Lisboa Vieira, Roger Rocha Gallotti e os delegados Roberto Fernandes, de Matinhos e Paulo Padilha, do 13º Distrito Policial foram presos.

De acordo com o delegado Fernando Francischini, da Polícia Federal, os hackers presos no começo de dezembro denunciaram o envolvimento de policiais paranaenses. Segundo o depoimento, um dos hackers, de 16 anos, foi preso em setembro do ano passado no litoral do Paraná. Para liberá-lo e não desmantelar o esquema de fraudes pela internet, os policiais teriam cobrado mais de R$ 20 mil. Um mês depois, o mesmo adolescente foi abordado por outros policiais no Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.

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