A Delegacia de Homicídios de Curitiba investiga a morte do motorista Claudemir Batista Severino, de 45 anos, que teria sido linchado por populares após ter atropelado e matado cinco pessoas na madrugada de domingo (17), no bairro de Barreirinha. De acordo com testemunhas ouvidas pela Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba, Severino estava embriagado. Os exames que confirmarão o teor alcoólico de Severino devem ficar prontos em cinco dias.
Segundo testemunhas, um irmão de Severino, que está desaparecido, teria passado logo depois do local do atropelamento com outro caminhão e feito menção de atropelar propositalmente os que davam atendimento às vítimas. "Se isso se confirmar, vou pedir a prisão preventiva dele", afirmou o delegado de Delitos de Trânsito Armando Braga de Morais Neto.
De acordo com as investigações, Severino teria saído de um bar, por volta das 22h30, a cerca de duas quadras onde acontecia uma festa de aniversário. As proprietárias do estabelecimento, cujos nomes não foram divulgados, disseram que ele já chegara embriagado e tomou mais uma dose de vodka e uma cerveja.
Ele saiu do bar e teria retornado por volta de 1h30 da madrugada para tentar fazer seu caminhão pegar no tranco e de ré. O caminhão teria se desgovernado e descido uma ladeira, atropelando um adolescente de 14 anos, que ficou ferido; acertando uma motocicleta, cujo piloto tinha descido para pegar o capacete, e atingindo um Kadett, onde estavam seis pessoas, que saiam de uma festa de aniversário. Somente Sirley da Cruz Dias, de 18 anos, conseguiu se salvar, embora tenha demorado cerca de quatro horas para ser retirada das ferragens. Ela continuava internada hoje.
O marido de Sirley, Cléber de Andrade Dias, de 22 anos, e a filha do casal, Vitória, de um ano, morreram na hora do impacto. Cláudia de Andrade Dias, de 17 anos, irmã de Cléber, e sua filha, Samara, de 8 meses, também morreram no local. O marido de Cláudia, o auxiliar de serviços gerais Hélio Francisco Krueger, de 26 anos, que se preparada para entrar no automóvel, foi alertado por gritos de testemunhas e conseguiu se distanciar a tempo do Kadett. O motorista do Kadett, Altair Carmo da Silva, de 36 anos, pai da aniversariante, foi retirado com vida, mas não resistiu aos ferimentos.
Revoltados, populares teriam retirado Severino do caminhão, agredindo-o com chutes e socos. Ele morreu quando estava em uma ambulância. Ele foi enterrado em Campo Largo, enquanto as outras vítimas foram para Almirante Tamandaré, ambas na região metropolitana de Curitiba.