Dificilmente, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), obterá consenso para fixar um prazo de encerramento das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) do "Mensalão", dos Correios e dos Bingos e atender a pressões do governo, que não quer o funcionamento dessas comissões durante o ano eleitoral.
O líder do PT no Senado e presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (MS), disse que a posição hoje é mais de prorrogar os trabalhos, uma vez que não há "fôlego" para fazer as investigações e nem analisar os documentos até 15 de dezembro. Amaral lembra também que a atividade da CPI dos Correios se tornou muito complexa, o que tornou necessária a contratação de empresas de auditoria.
Ele reconhece que as tarefas podem ser aceleradas a partir da próxima semana, quando duas empresas de auditoria devem começar a trabalhar para ajudar os técnicos da CPI a fazer um cruzamento de dados e examinar as questões dos seguros e dos fundos de pensão.
"CPI em ano eleitoral para qualquer governo não é bom. A gente entende isso", afirmou, sobre a posição da administração federal de evitar o funcionamento das comissões no recesso parlamentar e no ano eleitoral. Amaral informou que ainda hoje fará uma reunião com as companhias de auditoria e assessoria jurídica no Senado para definir as contratações.
O líder do PT no Senado quer fechar as contratações com as empresas até o fim dessa semana. O contrato terá validade até 15 de dezembro. Amaral afirmou considerar que a CPI dos Correios atravessa um bom momento nas investigações e que se fixará agora mais no serviço interno.