O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, apresentou aos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga o roubo de cargas e os desmanches no Brasil, sugestões para combater os desmanches ilegais. As propostas foram apresentadas na manhã desta segunda-feira durante uma sessão da CPMI na Assembléia Legislativa, em Curitiba.
Delazari expôs aos parlamentares duas propostas. A primeira, municipal, proibiria a emissão de alvarás para estabelecimentos com indícios de envolvimento com o roubo de carros. A segunda, nacional, prevê maior atenção às fronteiras do Brasil com o Paraguai e Argentina. “Sabemos que são dois os principais destinos dos carros roubados e suas peças: os países vizinhos e as lojas de autopeças. Para realmente acabar com o problema, precisamos inviabilizar este negócio criminoso”, explicou o secretário.
Além de sugerir projetos, Delazari apresentou as ações do Paraná para combater os desmanches ilegais. Segundo ele, desde o ano passado, 1.660 desmanches foram vistoriados no Estado. Destes, sessenta foram fechados por apresentar irregularidades. Além disso, o índice de recuperação de carros roubados no Paraná aumentou e atualmente chega a mais de 50%. De acordo com Delazari, o Paraná também acabou com os chamados “veículos salvados”. A partir desta prática, criminosos usavam os documentos de carros destruídos em acidentes para legalizar carros roubados. Através de uma resolução de novembro do ano passado, o Governo do Paraná invalidou todos os documentos de automóvel depois de ser constatada perda total.
Colaboração
O secretário destacou ainda as inúmeras ações da Polícia Estadual, principalmente na região de fronteira com o Paraguai. “Apenas na semana passada, 39 pessoas foram presas na região de Guaíra, inclusive policiais. Todos estavam envolvidos com o roubo de carros no Brasil e a revenda desses veículos no Paraguai”.
Delazari foi o único secretário de Segurança Pública do Brasil a participar pessoalmente de uma sessão da CPMI. Os deputados e senadores integrantes da comissão já estiveram no Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, mas apenas no Paraná um secretário de Segurança concordou em colaborar com os trabalhos. “Ficamos muito satisfeitos com a participação de Delazari. Isso demonstra o interesse do Paraná em combater os desmanches criminosos”, disse o senador Romeu Tuma, presidente da CPMI.