A reviravolta no cenário político do Palmeiras fez com que o grupo que fazia oposição até há alguns meses se tornasse situação, e o líder desse grupo, o ex-diretor de futebol Seraphim del Grande, reiterou nesta quarta-feira (06) o apoio à reeleição do presidente Afonso della Monica nas eleições de janeiro, mas fez a mesma ressalva de antes: exige mudanças profundas no Departamento de Futebol, que incluem o afastamento do diretor Salvador Hugo Palaia e do gerente Ilton José da Costa.
"Nossa bandeira é uma renovação na direção do clube e o Della Monica já concordou, por isso vamos apoiá-lo e se Deus quiser ganhar as eleições. O Palmeiras precisa dar um passo de modernidade e isso certamente passa pelo Departamento de Futebol", afirmou Del Grande em entrevista à rádio Jovem Pan.
Ele foi diretor nas primeiras gestões de Mustafá Contursi, entre 1993 e 1996, e se afastou depois que o ex-presidente mudou o estatuto do clube para permitir seguidas reeleições. Mustafá deixou o cargo em 2004 e apoiou Della Monica, mas se afastou nos últimos meses, quando o presidente atual começou a conversar com a antiga oposição, e apóia a chapa que sairá nas próximas eleições como oposição, encabeçada por Roberto Frizzo, que até esta terça-feira era diretor-administrativo do clube.
Del Grande disse que, nessa confusão toda, só estranha o envolvimento do presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, que é conselheiro do Palmeiras e apóia Frizzo. "Isso me surpreende, porque ele, como presidente da Federação, sempre disse que não ia se envolver no processo político do Palmeiras.
Sem querer fazer prognósticos, Seraphim del Grande afirmou que a crise financeira pela qual o clube passa é momentânea, e que não vai prejudicar os resultados na próxima temporada. "O Palmeiras não vai deixar de investir no futebol. Hoje em dia você precisa procurar parceiros e nós estamos em contato com alguns possíveis parceiros", explicou.
O ex-dirigente aproveitou para ironizar a proposta de Mustafá Contursi de tirar a administração do futebol do Palmeiras da responsabilidade da presidência. "Nós não temos conhecimento em detalhes da proposta do Mustafá, mas ele ficou 12 anos no poder e não fez essa reforma que hoje acha tão salutar ao clube", encerrou.