Diploma na mão, dinheiro no bolso. No universo do ensino superior, o Master in Business Administration (MBA) talvez seja o caso em que essa relação é mais direta. Uma sondagem com 50 gerentes e diretores de companhias de diversos setores realizada pela empresa de recrutamento Robert Half, a pedido do Estadão.edu, mostrou que quase 80% dos profissionais que fizeram MBA receberam depois aumento salarial – alguns conseguiram dobrar os ganhos.

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Nem sempre o aumento foi acompanhado de ascensão na hierarquia. Mas mais da metade dos entrevistados foram promovidos após o MBA. O engenheiro Ricardo Augusto Martins, de 39 anos, conseguiu as duas coisas. No mesmo mês em que concluiu o MBA na Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP, em fevereiro, ele mudou de status na multinacional de peças automotivas em que trabalha. “Antes eu respondia para um diretor, mas, justamente pela capacitação que o MBA me deu, o presidente falou: ‘Quero você subordinado diretamente a mim'”, conta Martins, que teve um reajuste salarial de quase 10%.

O executivo Fabricio Cirelli, de 29, também teve benefícios imediatos. Entrou em abril de 2008 no MBA Executivo da Universidade de Pittsburgh, em São Paulo. No meio do curso, deixou o banco em que trabalhava para assumir a gerência de produtos do Santander. “O salto salarial superou os 20% e ganhei novas oportunidades de atuação.” A professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP Marisa Eboli acredita que o contexto de globalização deu um impulso decisivo à valorização dos MBAs. “Nesse cenário, a base da riqueza é o conhecimento.” Para Marisa, o aluno tira maior proveito do curso quando já tem um mínimo de experiência, mas a valorização do diploma tem falado mais alto. “O MBA é uma realidade cada vez mais precoce na carreira. Porque acaba sendo um caminho para subir nas corporações e ganhar mais.” O desafio é procurar novos diferenciais, pois já é conhecido o valor de executivos com MBA e uma visão internacional. O desafio deles é manter a formação contínua.

E esse desafio muitas vezes envolve correr riscos. O consultor André Kimura, de 29, desligou-se da empresa na qual trabalhava e foi para os Estados Unidos fazer o MBA na Kellogg School, da Universidade Northwestern.

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“Em média, os alunos daqui conseguem dobrar o salário”, diz. Kimura pretende voltar ao País depois do curso, outra tendência já detectada em pesquisas. Segundo a consultoria GNext, 82% do brasileiros que fizeram MBA no exterior em 2008 pretendiam retornar. O principal motivo alegado foi o de explorar oportunidades no Brasil do pós-crise.

O gerente de vendas Anderson Goes da Silva, de 26, é um dos beneficiados pela recuperação da economia. Ele perdeu o emprego em fevereiro, assim que começou um MBA na PUC. Na edição de junho do Estadão.edu, disse que confiava no MBA para “voltar para o mercado”. Há dois meses, foi contratado numa empresa de embalagens. “Entre os candidatos, eu era o único jovem, que estava parado e estudando. Acharam que eu atendia aos objetivos da empresa.”

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Fonte: Estadão.edu