Dois dos principais índices que medem a variação de preços ao consumidor e por atacado devem voltar a apresentar deflação este mês. Para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado na cidade de São Paulo pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), as projeções de especialistas apontam uma variação negativa de até 0,18%. Já para o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas, que reflete principalmente o comportamento dos preços no atacado, as estimativas são de uma deflação de até 0 15%.
Se as previsões de taxas negativas se confirmarem, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, possa acelerar o ritmo de redução da taxa básica de juros em sua próxima reunião, marcada para os 7 e 8 do mês que vem. A última vez que o IPC-Fipe mediu deflação mensal foi em agosto do ano passado (-0,20%). No caso do IGP-M, o índice apresentou variação próxima de zero em dezembro de 2005 (-0,01%) e deflação de 0,53% em setembro (pelo quinto mês seguido) do mesmo ano.
"O Copom já tem informações suficientes para ser mais ousado e poder optar com segurança por uma redução de até 1,25 ponto porcentual na taxa Selic", afirma Alex Agostini, economista-chefe da agência classificadora de risco Austin Rating.
As reuniões que decidem o futuro dos juros ocorrem a cada 45 dias. Na última, o corte foi de 0,75 ponto porcentual, considerado bastante conservador por empresários, sindicalistas e alguns economistas. Hoje, a Selic está em 17,25% ao ano.
"O BC determina a taxa de juros olhando mais para a inflação futura, numa atitude defensiva. No entanto, a inflação presente também é importante, porque dependendo do nível em que estiver ela poderá ter um efeito positivo ou negativo nos preços de amanhã. No caso atual, o cenário é extremamente positivo", diz Agostini, que espera deflação de 0,18% no IPC-Fipe e de 0,05% no IGP-M.
A última vez que o IPC-Fipe teve deflação mensal foi em agosto do ano passado (-0,20%). No caso do IGP-M, o índice apresentou variação próxima de zero em dezembro de 2005 (-0,01%) e deflação de 0,53% em setembro do mesmo ano.
Até a segunda quadrissemana de fevereiro, o IPC-Fipe apresentava variação praticamente nula (0,01%). O resultado da terceira quadrissemana só será conhecido sexta-feira, mas a maioria dos analistas acha que deverá passar para negativo, tendência que deverá ser mantida até o fechamento do mês.
No caso do IGP-M, que teve deflação de 0,01% na segunda prévia do mês, o que está derrubando o índice é a queda dos preços no atacado, tanto industrial quanto agrícola, que respondem por 60% do índice geral.