O déficit comercial da Argentina com o Brasil duplicou-se em 2005 e a tendência de 2006 é que continue crescendo. No ano passado, a Argentina registrou um déficit de US$ 3,676 bilhões, duplicando a cifra de 2004, com o Brasil. Mas, com o resto do mundo, o país obteve um forte desempenho, segundo análise da consultoria Abeceb.com.
"O ano 2005 mostrou arestas diferentes dentro da estrutura exportadora argentina. Enquanto o comércio bilateral com o Brasil acentuou seu saldo negativo, o intercâmbio comercial com o resto do mundo terá um crescente saldo favorável", afirma a consultoria.
Em 2005, as exportações argentinas para o Brasil cresceram 12% e no sentido contrário, o crescimento foi de 34,5%. Foi "a pior performance para nosso país na história do comércio com o país vizinho", qualifica a Abeceb.com, completando que em dezembro o déficit com o Brasil atingiu 31 meses consecutivos.
Mais de 90% das compras que a Argentina fez do Brasil foi de produtos manufaturados de origem industrial (MOI), enquanto que estes produtos compõem 59% da estrutura exportadora argentina para o Brasil, como detalha a consultoria.
Já a Argentina obteve um superávit nas categorias de menor valor como as vendas de manufaturas de origem agropecuária e de produtos primários. De acordo com o economista Dante Sica, ex-secretário de Indústria da Argentina e diretor da Abeceb.com, a tendência desfavorável para a Argentina deveria repetir-se nesse ano.
As estimativas da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para as exportações brasileiras ao mercado argentino em 2006 confirmam as previsões de Sica: US$ 11 bilhões. As projeções da AEB também indicam que a Argentina exportaria US$ 7 bilhões ao mercado brasileiro
