Brasília – O deficiente visual Ênio Rodrigues da Rosa avalia que os portadores de deficiência em geral "precisam assumir uma luta mais incisiva, na defesa de melhores condições de vida". Para ele, isso é importante, porque, "na sociedade, os grupos de interesses só conseguem o que precisam quando se unem a facções políticas ou com força social".
Delegado pelo Paraná da Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, iniciada ontem (12) na Academia de Tênis, Rodrigues defende que os deficientes "se aproximem mais dos governos estaduais, municipais, além do federal, através de ONGs e outras entidades" que os representem, para fazer suas queixas e obter os resultados de que precisam.
Os deficientes, segundo ele, só querem que as leis já existentes sejam aplicadas, pois "não há embaraços jurídicos ou quaisquer formas" que dificultem a criação dos meios de que precisam. "É preciso apenas vontade política para obtê-las". O delegado reclama de calçadas esburacadas nas cidades, que atrapalham principalmente os cegos, como ele; de ônibus e aviões não dotados de condições para uma locomoção mais fácil para os deficientes; da disponibilização de escritas em braile e da presença de interpretes, que possam atendê-los melhor.
A situação é mais crítica ainda, segundo Ênio, quando os deficientes querem se locomover em regiões ribeirinhas, usando embarcações, como na Amazônia, onde os barcos em geral são precários.