A coordenadoria da Defesa Civil está reforçando o trabalho de ajuda aos desabrigados das fortes chuvas que atingem o Paraná provocando alagamentos e deixando centenas de casas destelhadas em cinco municípios do Sudoeste e do Sul do Paraná. ?Estamos trabalhando no levantamento da situação em todos os municípios atingidos para que, se for o caso, seja enviada ajuda necessária?, informa o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, chefe de operações da Coordenadoria Estadual.
?O importante é que os desabrigados só voltem para suas casas depois que as águas abaixarem e o caminho estiver seguro?, acrescenta o representante da Defesa Civil. Os municípios mais prejudicados pelo temporal são Santo Antonio do Sudoeste, General Carneiro, Salto do Lontra, Campo Bonito e Palmas. Equipes da Defesa Civil trabalham no levantamento dos danos provocados pelo temporal e no atendimento aos desabrigados.
A situação mais grave ocorreu em General Carneiro, onde o prefeito Juarez Vicente Martins Ferreira decretou estado de emergência. O nível do Rio Torino, que corta a cidade, chegou a subir até 1,5 metro, alagando residências e lojas comerciais no centro e nos bairros Planalto e Monte Castelo. O rio começou a subir por volta das 8h30 desta quinta-feira (16), o que fez com que a Defesa Civil, com a ajuda de bombeiros de General Carneiro e São Matheus do Sul, trabalhasse rápido na remoção dos desabrigados.
Os 300 desabrigados foram levados para o Colégio Estadual Pedro Araújo Neto e para o Ginásio de Esportes ?Pingão?, ambos no centro da cidade. ?Alguns já estão voltando para suas casas, mas estamos atentos caso o rio volte a subir?, disse Cleverson Masnik, diretor de operações da Defesa Civil municipal. Ele revelou ainda que cerca de 40 soldados do Exército, lotados no Batalhão de Porto União (SC), ajudam na limpeza das casas e lojas, bem como na desobstrução de ruas e pontes.
A zona rural do município também sofreu os efeitos da chuva, que nesta quinta (26) ultrapassou a 100mm. ?Quinze pontes e boa parte da malha de estradas rurais foram danificadas. Estamos esperando a chuva passar para iniciar o trabalho de recuperação?, informou Masnik.
Santo Antonio do Sudoeste
Na divisa do Paraná com a Argentina, no município de Santo Antonio do Sudoeste, duas casas desabaram e 35 famílias ? cerca de 180 pessoas ? ficaram desabrigadas. ?Felizmente, ninguém ficou ferido?, informou Valdir Barcella, chefe de gabinete do prefeito Zelírio Perón Ferrari e diretor de operações da Defesa Civil municipal.
Segundo ele, a maioria dos desabrigados mora na Vila Aurora, nas margens do Rio Aurora, cuja correnteza provocou o desabamento da casa da diarista Neli Rodrigues Bueno. Ela e os demais desabrigados foram atendidos no Centro Social Urbano, mas não chegaram a ficar no local. ?Todos eles já estão de volta às suas casas e passaram o dia fazendo limpeza?, disse Barcella.
O diretor da Defesa Civil municipal revelou que durante três dias (terça, quarta e quinta-feira) choveu mais de 200 mm. ?E continua chovendo, mas não tão forte. De qualquer maneira estamos de sobreaviso, prontos para retirar as pessoas que moram nas proximidades do rio?.
Salto do Lontra
Cerca de 85 famílias ? 386 pessoas ? foram obrigadas a deixar suas casas nos bairros São Cristóvão, São Francisco e São Miguel na tarde da última quarta-feira (25), quando a chuva forte de mais de 100 mm fez subir o leito do rio Lontra, que corta a cidade.
Os desabrigados foram levados para o Centro Social Urbano do Bairro Itaipu e casas de parentes e amigos. A maioria já tinha voltado para suas casas nesta quinta-feira (26), exceto os moradores de oito casas arrastadas pelas correntezas. Ninguém se feriu.
A estação de tratamento de água da Sanepar foi atingida e a empresa decretou racionamento no abastecimento pelo período de 24 horas, até que técnicos façam a remoção da lama que afetou as bombas de captação.
Outros municípios – Os três rios que cortam Campo Bonito, município próximo a Guaraniaçu, transbordaram e alagaram de 50 a 70 edificações. A situação já está sob controle no município.
Em Palmas, choveu forte na madrugada desta quinta-feira (26). Cerca de 300 casas, a maioria nos bairros São José e Lagoão, foram alagadas porque os bueiros não conseguiram dar vazão ao volume de água.
?Estamos fazendo um levantamento dos estragos e ajudando no trabalho de limpeza das residências?, informou Miguel Angelo Santin, da Defesa Civil Municipal.