A onda de otimismo no mercado – que hoje ganhou bases concretas com a defesa da autonomia do Banco Central pelo governo e com uma grande captação externa pelo Bradesco – empurrou o dólar para seu menor valor em 16 semanas.
A moeda fechou em queda de 1,49%, a R$ 3,30 para venda e R$ 3,295 para compra. No ano, acumula baixa de 6,9%.
Mais do que isso: pela primeira vez desde os R$ 3,245 registrados em 17 de setembro, o dólar foi vendido por menos de R$ 3,30 – a R$ 3,29, na mínima do dia, em queda de 1,79%. Enquanto isso, o risco Brasil se mantém no patamar dos 1.200 pontos, atingido ontem pela primeira vez desde junho, embora opere em alta de 0,78% a 1.278 pontos.
O dólar abriu hoje em alta, pressionado pela compra de moeda por alguns bancos e empresas que aproveitaram a cotação relativamente baixa do dólar, atingida após uma queda de 3,03% ontem, para abastecer o caixa.
Mas a alta não resistiu e a moeda logo retomou a tendência de baixa iniciada em dezembro e que ganhou fôlego na virada do ano, com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O mercado se animou com as declarações do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) em defesa da autonomia operacional do Banco Central. O discurso de Henrique Meirelles, empossado hoje na presidência do BC, também foi considerado positivo pelos analistas.
“O discurso do Meirelles foi positivo, mas já era esperado. O mercado já confiava no Meirelles. Mas o Palocci defendendo autonomia para o BC teve um bom impacto”, afirmou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.
Segundo os analistas, embora o câmbio e o risco-país ainda estejam muito altos para o Brasil, o sentimento de otimismo no atual momento é exagerado, o que dificulta previsões mais concretas.
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