A decisão chega como sempre atrasada e ao arrepio de fatos alarmantes posto que arcaicos no debilitado cipoal que sustenta as relações institucionais brasileiras. A direção do Banco do Brasil pensa em adotar dispositivo que impeça a concessão de crédito a partidos políticos.
Não é de hoje que os cofres do maior banco público do País têm sido usados como abastecedouro de campanhas políticas, tendo em vista a característica peculiar da instituição, não raro sujeita às influências de turno instaladas na curul governamental.
Por esses dias o BB está em evidência na opinião pública por ter feito empréstimos ao Partido dos Trabalhadores sem as rígidas garantias, correndo o risco não desprezível da acusação de, nesse caso, ter desprezado as exigências impostas aos demais clientes.
O destaque não está em considerar providência de caráter rotineiro a alteração de normas relativas à concessão de crédito, mas o uso de argumentos como os que acabaram, em bom momento, vedando empréstimos a empresas exploradoras de mão-de-obra escrava ou infantil.
A julgar pela riqueza das provas recolhidas pela CPMI dos Correios, o PT fez coisas mais abomináveis que patrões com vocação escravagista, além de pôr em dúvida a seriedade da instituição cujo lema é estar o tempo todo com você.