Decisão sobre envio de tropas ao Rio de Janeiro fica para segunda-feira

Brasília – Depois de quase duas horas de reunião no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou ministros e comandantes das Forças Armadas a colaborar com o governo do Rio de Janeiro no combate à criminalidade. No entanto, segundo o porta-voz Marcelo Baumbach, a colaboração não significa que o governo federal decidiu enviar tropas, como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pediu na última quarta-feira (11) ao presidente Lula.

Lula esteve reunido hoje com os ministros da Defesa, Waldir Pires, da Justiça, Tarso Genro, e os comandantes do Exército, Enzo Peri, da Aeronáutica, Juniti Saito, e da Marinha, Júlio Soares. De acordo com Baumbach, a forma como o governo irá ajudar o Rio será discutida na próxima segunda-feira, em reunião com as mesmas pessoas mais o governador Sérgio Cabral e autoridades de segurança do estado.

"Não se pode dizer que o governo decidiu enviar as tropas. Pode-se dizer que o governo está empenhado em colaborar", declarou o porta-voz. "A colaboração foi determinada pelo presidente e as modalidades dessa colaboração vão ser discutidas na reunião no Rio de Janeiro", completou o porta-voz.

No pedido oficial apresentado ao presidente Lula, Cabral solicitou que as tropas fiquem durante um ano no estado e atuem, principalmente, na região metropolitana da capital fluminense.

Ontem, Sérgio Cabral tinha afirmado que o presidente recebeu com "muita seriedade" a demanda para que as Forças Armadas intervenham na segurança do estado. Segundo ele, Lula comprometeu-se a avaliar a questão. "Acredito numa parceria exemplar entre as Forças Armadas e o governo do estado".

O pedido oficial ressalta a necessidade do emprego das Forças Armadas no Rio de Janeiro, sobretudo na região metropolitana, pelo período de um ano. "O estado do Rio de Janeiro, já há algum tempo, vive uma situação de crise na área de segurança pública. Apesar dos sucessivos esforços desenvolvidos nesta área do serviço público, tem sido muito difícil, com os recursos disponíveis, fazer face ao avanço da criminalidade", registra o texto.

O governador cita uma base legal para solicitar tal ajuda. São os artigos 142 e 144 da Constituição Federal e o artigo da Lei Complementar 97, de 9 de junho de 1999.

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