Decisão do Banco Central tenta prever situação dos juros internacionais

Segundo o economista da Universidade de Campinas (Unicamp), Luiz Gonzaga Beluzzo, a atitude do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir os juros em 0,75 ponto percentual era previsível, em vista do histórico de decisões no governo federal.

Beluzzo entende que os dirigentes do BC estão, na verdade, "apalpando" uma situação na qual não se sabe se as taxas de juros vão continuar subindo no Japão, Europa e Estados Unidos. "E isso pode perturbar um pouco a demanda por reais, e imprimir uma velocidade na taxa de câmbio talvez indesejada", explicou.

Segundo ele, essa "valorização absurda" do real em relação ao dólar norte-americano já traz bastante prejuízo à indústria brasileira, principalmente quanto à perda de competitividade externa. Mas Beluzzo entende que qualquer movimento brusco nesse terreno é indesejado, porque pode reacender a tensão inflacionária na economia, além do que "flutuações abruptas afetam profundamente o quadro de referências para tomada de decisão do setor privado" ? completou.

Gonzaga Beluzzo afirmou que todos os empresários se queixam da taxa de juros real, mantida acima de 11%, e garante que muitos deles deslocam seus fornecedores para fora do Brasil, em detrimento do fortalecimento da economia doméstica. Sinal, segundo ele, de que "a cana é doce no começo, mas, depois, tem que chupar também o bagaço".

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