Débito político

A crer no depoimento prestado à Polícia Federal por Simone Vasconcelos, diretora de administração e finanças da agência de publicidade que Marcos Valério transformou numa espécie de central de pagamentos para abastecer a base política do governo, o deputado paranaense José Borba, ex-líder do PMDB, negou-se a assinar o comprovante do recebimento de R$ 2,1 milhões, mas empalmou o pacote de dinheiro.

Conforme relatou Simone, ela mesma compareceu à agência do Banco Rural, hoje o endereço mais evitado em Brasília, para assinar o saque autorizado por Marcos Valério, com base na lista feita por Delúbio Soares.

Quando seu nome apareceu entre os beneficiários do valerioduto, Borba esboçou reação de tal forma desconexa que a única solução foi renunciar ao posto honroso a ele confiado pela bancada federal. Borba terá de explicar as razões que levaram o líder de um partido não participante da base a pegar dinheiro para despesas de campanha.

Desde então, o deputado submergiu no limbo reservado aos homens públicos apanhados em contubérnio com a ilicitude, sabedor das custas onerosas levadas a débito de sua carreira política. Borba, segundo dizem os jornais, passou a ser pule de dez na lista dos virtuais cassados.

O consolo é ter a companhia de ilustres personagens como José Janene, José Mentor, João Paulo Cunha, Carlos Rodrigues e, pasmem, Duda Mendonça.

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